Brasil

Governo quer aprovar MP da Eletrobras até 11 de junho no Senado

Votação precisa ser concluída até dia 22 de junho para não perder a validade e dificultar a venda da maior empresa de energia da América Latina

Eletrobras: lei que viabiliza privatização foi publicada em julho de 2021. (Dado Galdieri/Bloomberg)

Eletrobras: lei que viabiliza privatização foi publicada em julho de 2021. (Dado Galdieri/Bloomberg)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de maio de 2021 às 12h36.

O governo e parlamentares aliados ao Palácio do Planalto trabalham para votar a medida provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras até o dia 11 de junho no Senado. O prazo permitiria uma nova análise pelos deputados, após eventuais alterações que a medida pode sofrer pelo Senado.

A MP precisa ser votada até o dia 22 de junho para não perder a validade e o governo conseguir tocar a privatização da maior empresa de energia da América Latina.

Dentro do governo e entre lideranças do Senado, é quase certo que o texto será modificado pelos senadores, apesar de algumas demandas clássicas da Casa já terem sido contempladas na Câmara, onde a proposta foi aprovada na semana passada.

Os senadores costumam defender a contratação de usinas termelétricas a gás natural e também pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). O texto aprovado na Câmara determina a contratação de 6 gigawatts de termelétricas a gás natural nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 2 gigawatts de PCHs.

Essas exigências geraram críticas de agentes do setor elétrico, que temem aumento de tarifa. Mas as mudanças são defendidas pelo governo.

Disputa para ser relator

O Senado sempre foi um foco de resistência maior à privatização que a Câmara. Por isso, senadores têm pedido uma análise mais aprofundada do texto, inclusive com a realização de audiências. Para o governo, porém, isso não deve adiar a votação.

Outro ponto que ainda não foi pacificado foi a escolha do relator. Nos últimos dias, o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem demandado a relatoria do texto ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O Palácio do Planalto prefere o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que faz parte da tropa de choque governista na CPI da Covid.

O governo vê a privatização da Eletrobras como necessária para ampliar a capacidade de investimentos da empresa e do setor e manter o tamanho da companhia, hoje responsável por um terço da capacidade de geração do país e cerca de metade das linhas de transmissão de eletricidade.

A previsão é levantar mais de R$ 60 bilhões numa capitalização em Bolsa de Valores, recurso que será distribuído entre o Tesouro, para a revitalização de bacias hidrográficas e para reduzir as contas de luz.

Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos.Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:EletrobrasGoverno BolsonaroMinistério da EconomiaPrivatizaçãoSenado

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas