O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2015 às 20h10.
Brasília - O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ainda negocia com integrantes da base para definir a relatoria da CPI do BNDES, que deve ser instalada ainda nesta semana.
A criação da CPI foi autorizada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no dia em que anunciou seu rompimento “pessoal” com o governo, em julho, e se declarou integrante da oposição.
Pelo critério da proporcionalidade, o PMDB ficará com a presidência da Comisssão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre operações de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Seguindo a mesma lógica, a relatoria ficará a cargo do bloco integrado pelo PT, maior partido da Câmara. Mas em jantar na noite de segunda-feira com o presidente da Câmara, ficou definido que a relatoria seria entregue ao PR.
“O PT lidera o bloco. Quem decide quem é o relator, naquilo que couber ao bloco, é o bloco. Não tem essa. A relatoria não pode ser decidida entre oposição e o presidente da Casa”, disse Guimarães a jornalistas.
“Quem decide o nome (do relator) é o bloco. Se o bloco vai dar ou não para o PR é outro problema. Portanto eu tenho uma reunião com o bloco agora para decidir essas questões e sobretudo a questão do BNDES.” Guimarães não quis criticar diretamente o presidente da Câmara, mas disse que “vira a mesa” se houver exclusão de algum partido.
Questionado sobre o jantar de segunda-feira, Cunha negou que tenha articulado sobre a relatoria, mas disse que é natural que os partidos “lutem pelo seu espaço”.
O presidente explicou que o encontro na noite da segunda ocorreu “naturalmente” à medida em que líderes, inclusive alguns da base, se dirigiam à sua casa para “bater papo”. Na mesma noite, a presidente Dilma Rousseff ofereceu um jantar a aliados. “Eu não articulo nada, eles têm a posição deles... Eu apenas ouço o que vai acontecer para poder organizar a instalação (da CPI), eles é que se decidem”, argumentou.