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Governo não exigirá receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos

A vacinação desse público será feita em ordem decrescente de idade e começará pelas crianças com comorbidade ou deficiência permanente, anunciou o Ministério da Saúde

Vacina contra coronavírus. (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Vacina contra coronavírus. (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 17h58.

Última atualização em 5 de janeiro de 2022 às 18h00.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 5, que não exigirá prescrição médica para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, medida que era defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. A imunização não será obrigatória. As doses pediátricas da Pfizer devem começar a chegar ao Brasil ainda em janeiro.

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A vacinação desse público será feita em ordem decrescente de idade e começará pelas crianças com comorbidade ou deficiência permanente. Será cobrada uma autorização por escrito apenas quando não houver pai, mãe ou responsável presente na hora da vacinação.

O intervalo entre a primeira dose e a segunda será de oito semanas, informou o ministério. A pasta desistiu de obrigar a prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas, mas orienta que os pais "procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização".

O ministério anunciou que já encomendou 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer para entrega no primeiro trimestre do ano. A estimativa da pasta é que, até o fim de janeiro, 3,7 milhões de doses cheguem ao país. Hoje, no Brasil, há 20,4 milhões de crianças de 5 a 11 anos, o que significa que seriam necessárias mais de 40 milhões de doses para vacinar todo esse público com as duas doses.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que é preciso observar a adesão à vacinação de crianças para saber quantas doses serão suficientes. "Não sabemos ainda qual será a taxa de adesão dos pais a essa vacinação, e os pedidos dependem dessa velocidade da vacinação e da capacidade de entrega das vacinas pela indústria", disse.

Queiroga ressaltou que a vacina pediátrica, aplicada em dose menor do que a dos adultos, já foi aprovada por agências sanitárias, como a FDA (dos Estados Unidos), a Agência Europeia de Medicamentos e, recentemente, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa autorizou o uso da vacina pediátrica da Pfizer no público de 5 a 11 anos em 16 de dezembro. O governo, entretanto, resistia à aplicação sem receita médica. O Ministério da Saúde fez uma consulta pública cujo resultado mostrou que a maioria das pessoas é contra a necessidade de prescrição.

"A todos aqueles que quiserem vacinar seus filhos, o Ministério da Saúde irá garantir doses da vacina", disse Queiroga, nesta quarta. Segundo o ministério, foram registrados 324,5 mil casos de covid-19 em crianças de 5 a 11 anos em 2021 e 243 mil casos nessa faixa etária em 2020.

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