Brasil

Governo não deveria intimidar empresas, diz Franco

Ex-presidente do Banco Central disse que a reação do governo ao episódio do Banco Santander foi "exagerada"


	Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central
 (Divulgação)

Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 21h38.

Rio - Após polêmica envolvendo um informe do banco Santander, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco disse que a reação do governo ao episódio foi "exagerada" e acrescentou achar "muito ruim" a ideia de empresas privadas "serem intimidadas" ao manifestarem suas opiniões.

"Acho muito ruim a ideia de que o governo possa intimidar empresas privadas, sobretudo essas que precisam se expressar diante de seus clientes. O governo tem opinião, instituições financeiras têm opinião, os jornais e revistas têm opinião. E isso é uma democracia, todo mundo tem o direito de expressar sua opinião. Essa opinião em particular não era polêmica a ponto de despertar essa confusão", disse Franco, que participou do evento

"Vinte Anos Depois do Real: O Debate sobre o Futuro do Brasil", realizado na Casa do Saber, no Rio.

O informe econômico do Santander, enviado a clientes do segmento Select (renda mensal superior a R$ 10 mil mensais), sugeria deterioração da economia no caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

O banco informou depois que a análise não refletia a opinião da instituição e declarou ter demitido o analista que a elaborou.

"O texto, objeto de toda essa controvérsia, é absolutamente comum, não traz nada de ofensivo à autoridade brasileira", disse.

Franco afirmou que a sensação dele em relação ao caso é a de que se tentou criar um "fato político de confronto" e que "todo mundo sai menor desse episódio". "Ninguém escreveu nada polêmico para isso. É tudo coisa de campanha", disse.

Acompanhe tudo sobre:BancosEmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasGovernoGoverno DilmaSantander

Mais de Brasil

Às vésperas do Brics, Brasil realiza primeira exportação de carne bovina para o Vietnã

Moraes teve 'sabedoria' ao levar aumento do IOF para conciliação, diz Alckmin

Brasil assina carta de intenções com gigante chinesa de energia que envolve minerais nucleares

Fórum Empresarial do Brics: Lula defende comércio multilateral dos países emergentes