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Governo não abandonará o ajuste, diz Wagner

Ministro reconheceu que por conta de vetos trancando a pauta é possível que haja um recesso branco e afirmou que o governo tem pressa


	Jaques Wagner durante coletiva: "Nós estamos trabalhando, vamos continuar", disse o ministro sobre o ajuste
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Jaques Wagner durante coletiva: "Nós estamos trabalhando, vamos continuar", disse o ministro sobre o ajuste (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 20h21.

Brasília - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o governo vai continuar trabalhando para colocar em pautas votações de projetos importantes para a economia como a Desvinculação das Receitas da União (DRU) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas reconheceu que pode haver dificuldades por conta do recesso parlamentar.

"Não se sabe se vão conseguir votar a LDO, temos mais duas semanas de trabalho", disse, destacando que é prerrogativa do Congresso a decisão de uma eventual suspensão do recesso.

Wagner reconheceu que por conta de vetos trancando a pauta é possível que haja um recesso branco e afirmou que o governo tem pressa.

"Nós não vamos abandonar o ajuste, a luta pela CPMF e toda a pauta precursora do desenvolvimento. Nós estamos trabalhando, vamos continuar", disse.

O ministro destacou que o dia de ontem, apesar de ter sido deflagrado o processo de impeachment, foi de vitória, já que o governo conseguiu aprovar o projeto de alteração da meta fiscal.

"A página de ontem está virada e eu considero uma página positiva", disse. "Nós tivemos uma adversidade monocrática e uma vitória plural que foi a votação do PLN."

O projeto aprovado ontem, horas antes da abertura do impeachment, altera a meta do superávit primário de 2015 e autoriza o governo a adotar como meta um déficit primário de R$ 51,2 bilhões, que pode chegar a R$ 119,9 bilhões com o pagamento das chamadas pedaladas fiscais.

Segundo Wagner, a presidente Dilma Rousseff, durante a reunião que teve na tarde desta quinta com diversos ministros, fez um elogio ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo apoio que deu para que o projeto fosse avaliado.

"Dilma fez uma referência positiva de estadista do presidente Renan".

Bate boca

O ministro evitou voltar a rebater o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e disse que nem ele, nem a presidente Dilma iriam ficar "batendo boca" com o peemedebista.

"Ele falou uma mentira. Eu não podia deixar em branco uma acusação sobre a presidente da República e como meu nome foi citado eu rebati", disse, durante coletiva, após participar de reunião com a presidente e outros ministros.

Mais cedo, Wagner rebateu Cunha ao dizer que o peemedebista mentiu ao acusar Dilma e o governo de fazer barganha.

O presidente da Câmara disse que, à sua revelia, foram oferecidos os três votos do PT no Conselho de Ética em troca da aprovação da CPMF ao deputado André Moura (PSC-SE), um de seus principais aliados.

O parlamentar do PSC teria sido levado à presidente Dilma pelo ministro Jaques Wagner.

"Como meu nome é citado eu rebati", disse o ministro. Wagner, que confirmou ter tido reuniões com Moura e disse ter uma relação positiva com o deputado, disse que ele não pode dizer que esteve com a presidente Dilma "porque não esteve".

Segundo o ministro, o objetivo de quem contou essa história é tentar jogar o foco da crise apenas na presidente Dilma.

Wagner respondeu ainda que os questionamentos que se fazem atualmente em relação a Cunha não serão respondidos pelo governo. "Ou é Conselho de Ética ou é o Supremo", disse.

Um dos principais integrantes da tropa de choque do presidente da Câmara, Moura disse antes da coletiva de Wagner que na guerra de versões entre o peemedebista e o governo, vale a palavra de seu aliado.

"A palavra que vale é a do presidente Eduardo Cunha", disse Moura, enquanto tentava se esquivar dos jornalistas. Ele passou o dia sem atender telefonemas e evitou ao máximo comentar o assunto.

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