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Governo libera R$ 60 mi para combater violência em SP

''É uma luta permanente e é necessário atuar o mais rápido possível para tentar atacar as organizações criminosas'', disse o ministro


	Paraisópolis, São Paulo: Nos atentados perpetrados entre a noite de sexta-feira e a madrugada de hoje pelo menos 31 pessoas morreram e três ônibus foram incendiados
 (Wikimedia Commons)

Paraisópolis, São Paulo: Nos atentados perpetrados entre a noite de sexta-feira e a madrugada de hoje pelo menos 31 pessoas morreram e três ônibus foram incendiados (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 19h34.

São Paulo - O Ministério da Justiça anunciou nesta segunda-feira que investirá R$ 60 milhões na criação de um comando policial unificado em São Paulo para fazer frente à onda de violência que em pouco mais de um mês deixou cerca de 250 mortos.

''Nesta segunda-feira começamos a ter as primeiras ações, que terão um ritmo acelerado e serão permanentes'', declarou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após reunir-se hoje com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Cardozo indicou que o novo comando policial unificado integrará as polícias Civil e Militar de São Paulo, os órgãos de inteligência do Governo Federal e regional e o sistema de Justiça para o desenvolvimento de ações conjuntas e controle da segurança pública.

''É uma luta permanente e é necessário atuar o mais rápido possível para tentar atacar as organizações criminosas'', disse o ministro.

Para Cardozo, ''os resultados já são positivos'' e espera-se que na próxima segunda-feira possam começar as primeiras ''ações integradas'', como a ''contenção nos pontos de entrada de drogas, armas e contrabando''.

O acordo de cooperação, proposto na semana passada na primeira reunião entre Alckmin e Cardozo, foi assinado hoje e estará vigente até o dia 31 de dezembro de 2014. Segundo o governador, ''estará em pleno funcionamento antes da Copa do Mundo de 2014''.

A onda de violência que atinge São Paulo começou no último dia 8 de outubro com assassinatos seletivos de policiais supostamente a mando da principal organização criminosa da cidade.

Segundo as autoridades, durante o último final de semana foram registrados pelo menos 61 ataques com armas de fogo em diferentes pontos da área metropolitana da cidade.


Nos atentados perpetrados entre a noite de sexta-feira e a madrugada de hoje pelo menos 31 pessoas morreram e três ônibus foram incendiados.

Para as autoridades, na explosão de violência também estão envolvidas milícias formadas por policiais que travam uma guerra paralela contra o crime organizado.

Muitas das vítimas são cidadãos alheios ao enfrentamento entre a polícia e os criminosos que foram baleados por desconhecidos em bairros da periferia.

A situação suscitou um clima de tensão que levou milhares de pessoas a deixar de frequentar bares e restaurantes durante as noites enquanto outras evitam usar o transporte público por medo de serem vítimas de um atentado.

''Temos medo de tudo, de pegar o ônibus porque não sabemos se vão atacar o transporte público ou se vão atirar em você chegando em casa'', afirmou à Agência Efe a auxiliar contábil Solange Rocha, que diariamente demora duas horas para chegar de sua casa ao trabalho.

Para enfrentar a onda de violência, a polícia iniciou há 15 dias a chamada ''Operação Saturação'' na comunidade de Paraisópolis e em outros bairros menores nos quais foram detidos no fim de semana passado 76 suspeitos de participar das ações criminosas dos últimos dias.

De janeiro a setembro, segundo dados oficiais, foram registrados na região metropolitana de São Paulo 982 homicídios, número que representa um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.

Somente neste ano foram assassinados 91 policiais militares, dois agentes civis e três guardas penitenciários, a maioria quando estava fora de serviço.

O mais recente ataque contra membros dos organismos de segurança ocorreu hoje quando dois policiais, fora de seu horário de trabalho, saíam de um banco e foram baleados por desconhecidos que assassinaram um dos agentes. 

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