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Governo investirá R$800 milhões para acabar com a miséria

Ampliação do programa Brasil sem Miséria irá retirar da pobreza extrema mais de 2,5 milhões de pessoas, cumprindo de forma antecipada a promessa de campanha


	"Brasil sem Miséria": erradicação da pobreza extrema, com elevação da renda para R$ 70 mensais, atinge todas as pessoas do Cadastro Único para Programas Sociais
 (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

"Brasil sem Miséria": erradicação da pobreza extrema, com elevação da renda para R$ 70 mensais, atinge todas as pessoas do Cadastro Único para Programas Sociais (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 08h16.

Brasília - Sob o lema "O fim da miséria é só o começo", a presidente Dilma Rousseff anuncia nesta terça-feira a ampliação do programa Brasil sem Miséria em 800 milhões de reais neste ano para retirar da pobreza extrema mais 2,5 milhões de pessoas, cumprindo de forma antecipada a promessa de campanha de erradicar a miséria entre as pessoas cadastrados pelo governo.

A erradicação da pobreza extrema, com elevação da renda para 70 reais mensais, atinge todas as pessoas do Cadastro Único para Programas Sociais, mas não alcança cerca de 700 mil famílias que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem na miséria e não têm acesso às transferências de renda porque não estão cadastradas.

"O anúncio é bastante importante porque simboliza o final de uma etapa. Não significa que o Brasil Sem Miséria terminou. Ao contrário, temos muito trabalho pela frente", admitiu a ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello, a jornalistas.

Campello disse que o governo agora vai intensificar os esforços para melhorar o acesso a educação integral dos setores mais pobres da população e aos serviços públicos como luz, água, esgoto e moradia.

Com a ajuda das prefeituras, o governo federal vai tentar localizar as famílias que ainda estão fora do cadastro oficial da miséria, seja porque moram em locais de difícil acesso, como na floresta, em quilombos ou na beira dos rios, ou em bolsões de pobreza nos grandes centros urbanos do Sudeste.


Pelos cálculos do governo, as ampliações dos instrumentos e dos repasses do Brasil Sem Miséria já retiraram da pobreza extrema 19,5 milhões de pessoas. Desses, pelo menos 8,1 milhões são crianças e adolescentes.

O governo tem ampliado anualmente desde 2003 o orçamento do Bolsa Família, que é o braço de transferência de renda do Brasil Sem Miséria.

Em 2011, o orçamento do Bolsa Família era de 17,3 bilhões de reais, segundo dados do balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social no começo deste ano. A previsão orçamentária era de 23,18 bilhões para este ano e deve subir a 24 bilhões com esse novo anúncio.

Essa nova ampliação dos repasses deve atender principalmente pessoas que não têm filhos, ou que têm filhos acima de 17 anos, e idosos que não se beneficiavam de repasses complementares de novos programas como Brasil Carinhoso o Bolsa Verde.

Na semana passada, uma fonte do governo disse à Reuters, sob condição de anonimato, que apesar de atingir a promessa antes do previsto --inicialmente a erradicação da miséria entre os cadastrados só deveria ocorrer no final de 2014-- Dilma não fará uma grande celebração porque sabe que há muitos miseráveis ainda não cadastrados pelo governo.

"Conseguimos atender as pessoas cadastradas, mas a presidente vai pedir empenho dos prefeitos e da sociedade para continuar buscando mais pessoas que vivam em situação de extrema pobreza", disse a fonte.

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