Brasil

Governo investirá R$ 1,2 bi em estrutura local dedicada à terra yanomâmi, diz Rui Costa

No ano passado, foram divulgadas imagens de indígenas da etnia desnutridos e com o modo de vida ameaçado por garimpeiros

Segundo Rui Costa, depois do Carnaval, o governo anunciará as ações com mais detalhes (Andressa Anholete/Getty Images)

Segundo Rui Costa, depois do Carnaval, o governo anunciará as ações com mais detalhes (Andressa Anholete/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 16h55.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta terça-feira, 9, que o governo criará uma estrutura para coordenar localmente as ações relacionadas à terra indígena yanomâmi, em Roraima. Cerca de R$ 1,2 bilhão serão dedicados às ações federais na região em 2024, de acordo com o ministro. Segundo Rui Costa, depois do Carnaval, o governo anunciará as ações com mais detalhes.

O ministro deu as declarações depois de reunião com outros ministros e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizada no Palácio do Planalto para avaliar as ações do governo na área e planejar as próximas. "O grosso do trabalho de combate ao crime organizado foi feito de forma vitoriosa. O que não significa que não tenha mais garimpeiro e criminoso na região", declarou Costa a jornalistas.

O ministro da Casa Civil disse que haverá uma migração de "ações emergenciais para estruturantes". No ano passado, foram divulgadas imagens de indígenas da etnia desnutridos e com o modo de vida ameaçado por garimpeiros. O governo elaborou medidas de assistência e combate ao crime emergenciais na ocasião.

"Casa de governo"

O plano mencionado por Costa é criar uma "casa de governo" em Roraima. Ou seja, uma coordenadoria local e permanente de ações do governo federal para a região. Haveria, por exemplo, três bases dentro da terra indígena.

Esse novo órgão deverá incluir os ministérios com ações relativas aos yanomâmis, como Justiça, Saúde, Povos Indígenas, Assistência Social e Defesa. As Forças Armadas deixarão em março de cuidar da parte logística das ações de assistência, mas também farão parte da estrutura - assim como a Polícia Federal.

As medidas do governo no ano passado retiraram milhares de garimpeiros da terra indígena, mas ainda haveria atividades desses grupos. Teriam sido realizadas 400 operações, e R$ 600 milhões em apreensões.

Respeito cultural

De acordo com Rui Costa, também haverá ações para recuperar o modo de vida dos yanomâmis - como reestruturar suas operações de pesca e lavoura. Isso reduziria, por exemplo, a necessidade de entrega de alimentos. Ainda haveria uma nova estrutura para Casa de Saúde Indígena em Roraima.

Estavam com Rui Costa na entrevista coletiva os seguintes ministros: Paulo Pimenta (Secom), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Wellington Dias (Assistência Social), Márcio Macêdo (Secretaria Geral), Nísia Trindade (Saúde), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sílvio Almeida (Direitos Humanos). Também os presidentes do Ibama, Rodrigo Agostinho, e da Funai, Joenia Wapichana.

Acompanhe tudo sobre:YanomamisRui CostaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Governo de SP assina contrato para compra de 12 mil câmeras corporais para uso da PM estadual

'Se não reverter fluxo, biomas e país estarão ameaçados', diz Flávio Dino

Nunes tem 28%; Boulos, 25,5%, e Marçal 19,7%, em São Paulo, diz pesquisa Futura

TSE e Ministério da Justiça assinam portaria que proíbe PRF de bloquear estradas no dia da eleição