Brasil

Governo insiste que execução de brasileiro é "inaceitável"

A representação do país entregou uma nota de protesto ao governo da Indonésia, na qual insistiu que Gularte sofre de esquizofrenia, o que impediria sua execução

Familiares dos prisioneiros Rodrigo Gularte, do Brasil, e Sergei Atlaoui, da França: justiça indonésia incluiu o brasileiro na lista de pessoas que podem ser executadas nesta mesma semana (REUTERS/Antara Foto/Idhad Zakaria)

Familiares dos prisioneiros Rodrigo Gularte, do Brasil, e Sergei Atlaoui, da França: justiça indonésia incluiu o brasileiro na lista de pessoas que podem ser executadas nesta mesma semana (REUTERS/Antara Foto/Idhad Zakaria)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2015 às 13h56.

Brasília - O governo da presidente Dilma Rousseff reiterou nesta segunda-feira à Indonésia que a iminente execução do brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à morte nesse país por narcotráfico, é "inaceitável", segundo informaram fontes oficiais.

O próximo fuzilamento de Gularte e outros oito estrangeiros foi comunicado de forma oficial no sábado passado pelas autoridades indonésias e pode ocorrer a partir desta terça-feira.

Se a sentença for cumprida, Gularte será o segundo brasileiro executado na Indonésia, após o fuzilamento em janeiro de Marco Archer Cardoso Moreira, também condenado à morte por narcotráfico e por quem o governo de Dilma advogou sem sucesso.

Fontes oficiais brasileiras disseram à Agência Efe que a representação do país em Jacarta entregou hoje uma nota de protesto ao governo da Indonésia, na qual insistiu que Gularte sofre de esquizofrenia, o que impediria sua execução, segundo a própria lei desse país asiático.

Esse argumento foi corroborado pela defesa de Gularte, mas ignorado pela justiça indonésia, que mesmo assim o incluiu na lista de pessoas que podem ser executadas nesta mesma semana.

A nota de protesto, segundo as fontes consultadas pela Efe, insiste também que o Brasil respeita a soberania indonésia, mas advoga pela vida de Gularte desde um ponto de vista humanitário.

Após a execução de Moreira, em 17 de janeiro, a presidente Dilma reagiu com "consternação" e "indignação" e chamou para consultas o embaixador brasileiro em Jacarta, que ainda não retornou a seu posto.

Em fevereiro, perante a indiferença da Indonésia pelos pedidos de clemência interpostos, Dilma se recusou a receber cartas credenciais do novo embaixador desse país asiático no Brasil.

O diplomata indonésio Toto Riyanto devia entregar suas cartas credenciais junto a novos embaixadores de outros países, mas na última hora foi informado que a presidente não as receberia.

"Achamos que é importante que haja uma evolução da situação para ter claro em que condições estão nossas relações com a Indonésia", declarou Rousseff ao justificar sua decisão.

Em resposta, o governo da Indonésia também chamou a consultas seu embaixador e apresentou um protesto formal às autoridades brasileiras por um "gesto" que considerou "inaceitável". 

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