GSI: órgão é responsável pela segurança das instalações da Presidência da República. (CNN/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 20 de abril de 2023 às 12h53.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou ainda nesta quarta-feira (19) no Diário Oficial da União (DOU) em edição extraordinária publicada à noite a exoneração do general Marco Edson Gonçalves Dias, o G. Dias, do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ele pediu para deixar o posto depois da divulgação na imprensa de vídeos mostrando agentes do GSI supostamente deixando o Palácio do Planalto à mercê dos vândalos que o invadiram no dia 8 de janeiro deste ano. G.Dias aparece nas imagens.
A mesma edição nomeou o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, para comandar o GSI interinamente. O secretário executivo do GSI, o general Ricardo José Nigri, que poderia ficar na função, pelo menos temporariamente, como é legal e de praxe, também foi desligado do órgão, segundo o Diário Oficial, "a pedido".
Capelli terá o cargo de ministro e também de secretário executivo do GSI, ao mesmo tempo que continuará atuando como "número dois" da pasta da Justiça, liderada pelo ministro Flávio Dino.
Em janeiro, Capelli foi nomeado interventor na área de segurança pública do Distrito Federal, após os atos golpistas. Ficou na função até 31 de janeiro.
O ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse na quarta a jornalistas que Capelli desempenhou um papel "muito importante como interventor aqui na segurança pública". "Portanto, ele foi convidado e aceitou o convite", contou. Capelli ficará responsável pelo GSI até a volta de Lula a Portugal, informou.
Marco Edson Gonçalves Dias é natural de Americana (SP). Ele entrou para o Exército em 1969, por meio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1986 e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército em 1994. Chegou a ocupar o cargo de Comandante da Sexta Região Militar e a comandar o 19° Batalhão de Infantaria Motorizado.
Foi alçado do cargo de general e, atualmente, está na reserva (como os militares chamam a sua aposentadoria). Dentro do governo, já foi Secretário de Segurança da Presidência da República, durante a primeira gestão de Lula, e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Formado majoritariamente por militares, o GSI é o órgão responsável pela segurança das instalações da Presidência da República. Até o início de 2023, também fazia a segurança pessoal do presidente e de seus familiares. Mas Lula decidiu ter sua segurança composta por policiais federais, alguns que já o acompanharam durante a campanha presidencial.
Lula e boa parte do governo têm receio da atuação de militares no núcleo da administração federal. A quantidade de militares que participaram do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a impressão no governo petista de que parte das Forças Armadas assumiu uma atuação ideológica. Vídeos gravados durante o dia 8 de janeiro mostram, por exemplo, o então comandante do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) pedindo uma atuação mais branda da Polícia Militar do Distrito Federal com os invasores.
(Com Estadão Conteúdo)