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Governo federal quer implantar "poupatempo" digital

Governo Temer quer reduzir custos com a digitalização de serviços, a exemplo do que foi feito em outros países

Digitalização: governo vai usar banco de dados do TSE para agilizar serviços pela internet (Rawpixel/Thinkstock)

Digitalização: governo vai usar banco de dados do TSE para agilizar serviços pela internet (Rawpixel/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 09h38.

Brasília - O governo vai oferecer todos os serviços públicos em uma plataforma online. A medida faz parte de ampla reforma da gestão pública, que o presidente Michel Temer vai anunciar em março para melhorar o atendimento da população e buscar reduzir custos com a máquina governamental, incluindo gastos com pessoal.

A meta é buscar economia semelhante à resultante da prática de digitalização em outros países. O custo pode cair a 5% do que é desembolsado hoje.

Estudos apontam que a média do gasto em quatro países (Canadá, Reino Unido, Noruega e Austrália) caiu de US$ 14,09 em cada atendimento presencial para US$ 0,39 no serviço online.

Numa única plataforma online, o cidadão poderá encontrar todos os serviços do governo federal, uma espécie de Poupatempo digital.

Para autenticar a veracidade da pessoa que fez o pedido, o governo já assinou acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para utilizar o banco de dados de biometria do órgão, que tem a identificação de 55 milhões de digitais dos eleitores. Está em curso o recadastramento biométrico do restante dos eleitores em todo o País.

"Vamos unificar o canal de atendimento. A medida vai provocar redução das despesas com custeio e pessoal", disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. "O objetivo não é demitir pessoas, mas reduzir o custo do Estado."

Ele não apresentou valores, mas disse que a economia poderá chegar a bilhões de reais para os cofres públicos. Em média, o custo do atendimento online é 20 vezes menor que o presencial.

Para o cidadão, a economia é ainda maior. Segundo estudo da experiência na Espanha, a digitalização desses serviços proporcionou economia 8,5 vezes superior à do governo para a população.

O cálculo levou em conta que para pedir um documento ou requerer outro serviço, o trabalhador perde um dia de trabalho, precisa se locomover para a agência, gasta tempo na fila, etc.

O ministro diz que no Brasil o relacionamento do cidadão com o Estado é ultrapassado, burocrático e muito lento. Para ele, o serviço público não avançou na digitalização como outras instituições, como a rede bancária.

O Brasil possui 102 milhões de usuários de internet, mas - segundo dados oficiais - 64% daqueles com mais de 16 anos nunca interagiram online com um órgão público.

Oliveira acredita que o brasileiro não tem resistência a novas tecnologias. Uma prova, segundo ele, foi o uso do cartão do INSS para o recebimento dos benefícios.

Havia o temor de que ele não seria usado adequadamente e hoje até o comércio utiliza o plástico. O exemplo mais acabado citado por ele no atendimento digital no setor público foi o da Receita Federal.

Economia

A "reforma da gestão pública" também vai propor uma "racionalização" nas compras da União. Entre os itens que devem ser revistos está a comercialização de energia.

O governo vai passar a comprar energia no mercado livre - em que o preço é fechado diretamente com o gerador ou com a comercializadora - em vez de pagar para a distribuidora.

O gasto de todos os órgãos da União com energia é de R$ 1,3 bilhão ao ano. Com a mudança, pode cair 20%, estima o ministro.

O governo espera economizar R$ 20 milhões ao ano com o uso de um aplicativo para o transporte de servidores, uma espécie de Uber. Ao invés de cada órgão ter veículos próprios foi contratada uma frota terceirizada única.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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