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Governo federal liberará crédito de R$200 milhões para Roraima

Segundo o interventor do estado, Antônio Denarium, o montante será usado para sanear a folha de pagamento do funcionalismo público de Roraima

Roraima: União liberará cerca de R$200 milhões para resolver a grave crise enfrentada no estado (Nacho Doce/Reuters)

Roraima: União liberará cerca de R$200 milhões para resolver a grave crise enfrentada no estado (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 14h57.

Brasília - O interventor de Roraima, o governador eleito Antônio Denarium (PSL) confirmou que a União liberará cerca de R$ 200 milhões para resolver a grave crise enfrentada no Estado devido à greves generalizadas. De acordo com o interventor, o montante será usado para sanear a folha de pagamento do funcionalismo público do Estado e, assim que a MP for publicada, o dinheiro já será disponibilizado. Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, isso deve acontecer ainda na tarde desta terça-feira, 11.

"O valor liberado agora é para o pagamento imediato dos servidores que estão em greve. Estamos vivendo o caos econômico e social", disse. Denarium informou que a maior parte dos movimentos grevistas suspenderam as paralisações ontem após a promessa de que os salários atrasados serão pagos.

Segundo Denarium, o Estado precisaria de cerca de R$ 500 milhões para sanear a parte mais urgente de suas dívidas. O valor, porém, não foi aceito pelo governo de Michel Temer. "Solicitamos também que esse valor fosse ampliado porque o Estado de Roraima tem hoje uma dívida corrente líquida de mais de R$ 2 bilhões", disse e acrescentou que só com os servidores, a dívida hoje é de R$ 200 milhões.

Ele se reuniu com Temer para discutir a liberação do crédito. Denarium foi nomeado interventor na última sexta-feira, 7. Segundo Denarium, ele está conversando sobre a situação do Estado com o presidente eleito Jair Bolsonaro e as próximas negociações já deverão acontecer com a futura administração.

Ele disse ainda que já conversou com Bolsonaro para que a intervenção seja prorrogada apenas na parte de segurança pública e Fazenda até 28 de fevereiro, mas não informou qual teria sido a resposta do presidente eleito.

"Nós solicitamos uma intervenção por um prazo mais longo como forma de alocar os recursos do governo e que sejam aplicados de forma a atender toda a população", afirmou.

A liberação do dinheiro será feita por meio de uma medida provisória de liberação de crédito extraordinário. De acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), o montante sairá do ministério da Segurança Pública.

Fronteira

Favorável ao fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela, hesitou sobre se manterá sua posição com o início do próximo governo de Bolsonaro. Na segunda-feira, 10, Temer o desautorizou ao dizer que as fronteiras seriam mantidas abertas porque o Brasil tem "uma política de apoio aos refugiados desde o primeiro momento".

"Precisamos ter um controle mais rígido e mais eficaz da fronteira. É importante lembrar que eles estão entrando como refugiados mas junto com os bons, entram os ruins também", afirmou Denarium.

O interventor cobrou da União um maior esforço nas ações de interiorização dos venezuelanos. "O estado de Roraima está sendo penalizado hoje com o problema da entrada dos venezuelanos que é um problema do governo federal também. O governo federal tem que olhar para Roraima de forma diferenciada", disse.

Após a fala do interventor, Padilha afirmou que o governo federal já interiorizou cerca de 3 mil venezuelanos e pretende tirar de Roraima outros mil ainda neste mês.

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