Brasil

Governo e oposição divergem sobre MP do Mais Médicos

A oposição critica o texto aprovado pela comissão mista que analisou a MP e prefere até a aprovação do texto original do governo


	Arlindo Chinaglia: diante das divergências, o líder do governo admite que há espaço para acordos no plenário que viabilizem a votação da MP
 (Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados)

Arlindo Chinaglia: diante das divergências, o líder do governo admite que há espaço para acordos no plenário que viabilizem a votação da MP (Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 19h46.

Brasília - Líderes partidários da base governista e da oposição não chegaram a um acordo sobre o mérito para a aprovação da medida provisória (MP) que cria o Programa Mais Médicos.

A oposição critica o texto aprovado pela comissão mista que analisou a MP e prefere até a aprovação do texto original do governo. A medida autoriza a contratação de médicos estrangeiros para atuação na atenção básica à saúde em regiões pobres e também muda parâmetros da formação médica.

Diante das divergências, o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admite que há espaço para acordos no plenário que viabilizem a votação da MP. “Vamos acatar algumas emendas e produzir acordos possíveis em plenário”. Segundo ele, o aspecto central da medida, que é a contratação de médicos para as regiões carentes do país, está garantido.

O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que vai obstruir a votação da MP por considerar que ela não atende às necessidades do país. Ele informou que entre o texto aprovado pela comissão mista e o enviado pelo governo, o do governo é bem melhor e, por isso, defenderá a rejeição do texto aprovado na comissão.

“O [texto da MP] que foi aprovado na comissão especial é o pior de todos. Aquele é a instituição do AI 5 [ato baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, dando poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que combatessem a ditadura militar], que dissolve todos os conselhos regionais de Medicina, todas as entidades de especialização e invade as prerrogativas das universidades em definir a grade curricular, é o pior dos mundos o texto do relator. Se o texto do relator for aprovado a consequência disso virá daqui a alguns anos. Descontrói tudo aquilo que a medicina brasileira conseguiu nos últimos 100 anos”, disse Caiado.

Segundo o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), mesmo sem acordo a MP do Mais Médico será aprovada hoje pela Câmara. “Vamos votar essa MP hoje, com ou sem obstrução, e vamos ganhar no voto porque é uma medida importante para o país", disse o petista. Guimarães informou que os líderes partidários não conseguiram chegar nem a um acordo de procedimentos para a votação da matéria.

A MP já começou a ser discutida no plenário. O DEM está obstruindo a votação e já apresentou requerimento para adiamento da votação da MP. Também já se posicionaram pela obstrução o PPS, o PSDB, o PSD e os dois novos partidos: o Solidariedade e o PROS.

Acompanhe tudo sobre:GovernoLegislaçãoMais MédicosPolíticaSaúde no BrasilSUS

Mais de Brasil

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022

Justiça absolve Samarco, Vale e BHP pelo rompimento de Barragem em Mariana