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Governo é o maior credor da Sete Brasil

Banco do Brasil é o maior credor entre os bancos com um passivo de R$ 3,58 bilhões; é seguido pelo Itaú BBA, com R$ 1,93 bilhão


	Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, na CPI da Petrobras
 (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, na CPI da Petrobras (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2016 às 13h52.

Brasília - A Sete Brasil oficializou ontem (29) o pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e o governo federal consta como o maior credor da empresa, dono de dois terços da dívida total.

Criada para gerenciar a construção das sondas do pré-sal, a companhia listou dívidas de R$ 18 bilhões, considerando a cotação do dólar de ontem. Cerca de R$ 12 bilhões estão concentrados em bancos estatais e fundos governamentais.

Se aceita pela Justiça, a recuperação da Sete será a maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ganhando de OAS e Schahin. Estará também no topo da lista das maiores do País, próxima à OGX, de Eike Batista.

Mas diferentemente de suas "colegas", que tinham as dívidas pulverizadas, na Sete Brasil, o passivo está superconcentrado em dois fundos governamentais e nos cinco maiores bancos do País.

As instituições financeiras terão de reconhecer de uma vez só perdas bilionárias em seus balanços, caso não tenham feito preventivamente provisões em relação à Sete.

O Banco do Brasil é o maior credor entre os bancos com um passivo de R$ 3,58 bilhões. É seguido pelo Itaú BBA, com R$ 1,93 bilhão. A Caixa vem na sequência com R$ 1,58 bilhão. O Bradesco tem R$ 1,42 bilhão e o Santander R$ 429 milhões.

Além dos dois bancos estatais, os dois fundos ligados ao governo que estão na relação de credores são: o FI-FGTS, que emprestou R$ 2,52 bilhões, e o FGCN (Fundo Garantidor da Construção Naval), que garantiu e pagou R$ 4,48 bilhões aos bancos. Na lista de credores, ainda consta um empréstimo intercompanhia de R$ 1,8 bilhão.

Com credores tão concentrados, a opção da recuperação judicial se deu por causa da Petrobras, segundo fontes graduadas, próximas a acionistas da Sete. Desde o ano passado, tem-se tentado chegar a um acordo com a estatal, sem sucesso.

Para a Petrobras, com o preço do petróleo na faixa dos US$ 40, as 28 sondas que contratou com a Sete ficaram caras demais. A Petrobras não poderá ser forçada a fazer um acordo na Justiça, mas finalmente terá de se decidir, segundo a fonte.

Uma das propostas que no ano passado ganhou força foi a redução do número de sondas de 28 para 19 e uma renegociação dos contratos. Na reta final das negociações, no entanto, não se chegou a um acordo.

De acordo com os documentos do processo de recuperação, a Sete está responsabilizando a Petrobras, que detém 9,4% da empresa, pela "concepção, desenvolvimento e venda a investidores" do projeto de construção de sondas.

Também diz que o empreendimento contava com a "promessa" do BNDES de um financiamento de R$ 9 bilhões, que depois foi negado quando a empresa foi envolvida na Lava Jato. A Sete se diz vítima do esquema de corrupção que levou à sua derrocada financeira.

A elaboração do pedido de recuperação é coordenado pelo escritório de advocacia Sérgio Bermudes, do Rio. O processo envolve 5 subsidiárias da Sete, sendo 3 delas constituídas na Áustria.

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