REFORMA TRABALHISTA Senadores da oposição comemoram a rejeição do parecer do relator, senador Ricardo Ferraço sobre o projeto de reforma trabalhista, na Comissão de Assuntos Sociais / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2017 às 18h50.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h43.
Nesta terça-feira, o governo sofreu seu maior revés até agora na tramitação das reformas no Congresso. A reforma trabalhista teve o texto do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) rejeitado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Na teoria, pouca coisa muda, já que a tramitação segue para a Comissão de Constituição e Justiça. Nessa, sim, o governo não pode perder. Mas, na prática, as coisas ficaram mais difíceis. O governo não demonstrou a força esperada (a trabalhista é considerada uma reforma de mais fácil aprovação) e o resultado foi sentido no mercado financeiro.
O dólar saltou quase 1,5% e foi para 3,33 reais nesta terça-feira após a decisão da CAS. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em forte baixa de 2,01%, aos 60.766,16 pontos. O resultado da votação sinaliza que o governo do presidente Michel Temer está com menos força política dentro do Congresso Nacional. Com isso, cresceu o temor entre investidores de que a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem, não seja aprovada.
Da Rússia, o presidente Michel Temer se pronunciou sobre o assunto. Ele demonstrou confiança, no início da noite desta terça-feira (20), em Moscou, de que o governo poderá reverter a derrota da reforma trabalhista na CAS. Segundo ele, a vitória do governo no plenário é “certíssima”. Temer convocou uma entrevista coletiva de última hora, na qual só respondeu a perguntas sobre a decisão da comissão do Senado.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também minimizou a derrota do governo na votação da reforma trabalhista na CAS. “Episódios como esse são corriqueiros, é normal, está dentro do processo legislativo”, afirmou Meirelles em vídeo publicado em seu perfil recém-criado no Twitter. Segundo ele, o governo trabalha com a perspectiva de que a proposta vai ser aprovada no plenário do Senado. “Estamos serenos quanto a isso.”