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Governo do RN transfere líderes da rebelião em Alcaçuz

A localização futura dos presos não foi informada pela Sejuc com o argumento de que isso contraria protocolos de segurança

RN: os presos transferidos pertencem a uma facção tida como a responsável pelo motim no final de semana que culminou com 26 mortes (Josemar Goncalves/Reuters)

RN: os presos transferidos pertencem a uma facção tida como a responsável pelo motim no final de semana que culminou com 26 mortes (Josemar Goncalves/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 20h53.

Apontados como líderes da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, cinco detentos foram transferidos na tarde de hoje (16), após entrada das forças de segurança no presídio.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Cidadania (Sejuc), os presos transferidos pertencem a uma facção tida como a responsável pelo motim no final de semana que culminou com 26 mortes.

Os presos foram levados para a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em Natal, para prestar depoimento. De lá, serão transferidos para outra unidade prisional.

A localização futura dos presos não foi informada pela Sejuc com o argumento de que isso contraria protocolos de segurança.

No momento, integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar ainda se encontram no interior da unidade prisional. Os policiais do Bope entraram no presídio acompanhados de agentes penitenciários e policiais do Bope, a fim de retomar o controle da penitenciária.

A transferência dos presos ocorreu após negociação com a polícia, depois que as forças de segurança fizeram buscas nos pavilhões 4 e 5 e identificaram os cinco suspeitos.

De acordo com a assessoria da Sejuc, a situação no momento está "tranquila". Os presos receberam água e alimentação. O batalhão do Bope vai permanecer no local para a manutenção da segurança.

Mais cedo, a Sejuc admitiu a possibilidade de haver mais mortos. Os corpos poderiam estar nas fossas existentes no interior da unidade.

Uma equipe da Companhia de Águas e Esgotos do estado (Caern) chegou a se posicionar nas imediações do presídio aguardando a ação da polícia para realizar a inspeção. Mas, segundo a Sejuc, o trabalho foi adiado para amanhã (17).

Alcaçuz foi palco de uma rebelião que durou cerca de 14 horas, entre sábado (14) e domingo (15). Inicialmente, as autoridades estaduais falavam em pelo menos dez mortos.

Ontem à noite, no entanto, os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, anunciaram que 26 corpos foram localizados e transferidos para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), onde serão identificados.

Na tarde desta segunda-feira, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse, por meio de sua conta no Twitter, que vai pedir ao governo federal o aumento no contingente da Força Nacional de Segurança Pública no estado.

O governador virá a Brasília amanhã (17) para se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, e solicitar o reforço do efetivo da Força Nacional para o enfrentamento à crise instalada no sistema penitenciário.

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