Raymond Whelan: Whelan é suspeito por integrar esquema de venda ilegal de ingressos (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 18h18.
Rio - O secretário estadual de Turismo do Rio de Janeiro, Claudio Magnavita, disse nesta terça-feira que alertou oficialmente representantes da Rússia e do Catar, países que vão sediar as próximas edições da Copa do Mundo, a respeito da forma como a Match atuou elevando os preços de pacotes e hotéis para o Mundial no Brasil.
A empresa está envolvida num esquema de venda ilegal de ingressos e pacotes para a Copa, investigada pela Polícia Civil do Rio.
Magnavita se preocupa com a fama de hotelaria cara que o Rio ganhou por conta do aumento dos preços. Ele ressaltou que a Match tinha exclusividade para negociar os leitos de hotéis de três, quatro e cinco estrelas na cidade.
"A forma como as diárias foram compradas, quase de forma obrigatória pela Fifa através da Match, essa empresa que está envolvida na questão dos ingressos, gerou reserva de mercado. Ou seja, quase que um cambismo oficial. Todo o estoque de quartos de hotéis três, quatro e cinco estrelas foram adquiridos por um único comprador e colocados no mercado por até três vezes mais que o valor (inicial)", disse o secretário.
O alerta às delegações do Catar e da Rússia foi feita durante duas reuniões de trabalho com as delegações dos dois países, que estiveram no Brasil para observar a organização da Copa do Mundo.
Magnavita afirmou ainda que os hoteleiros foram acusados de praticar preços altos "quando, na realidade, isso era consequência de uma intermediação".
Segundo ele, aconteceu algo semelhante durante a Rio+20, conferência mundial sobre o clima, realizada em 2012. Na ocasião, os quartos foram negociados por preços acima do valor pela agência Terramar, escolhida em licitação pelo governo federal.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, Alfredo Lopes, disse que, para evitar que essa situação se repita na Olimpíada de 2016, a rede hoteleira já divulgou que os quartos serão negociados por valores entre 178 e 550 dólares, o que significa 15% a mais do que o cobrado no período do carnaval.
Lopes disse que a Match é uma empresa conceituada, que opera com eficiência, sem atraso no pagamento aos hotéis, mas que acabou se envolvendo no escândalo de comercialização ilegal de ingressos e aumento de preços.
"Isso é muito ruim, porque ficamos conhecidos por uma hotelaria caríssima", afirmou.