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Governo diz que luta "com últimas forças" contra impeachment

Segundo fontes, o governo admite que está no limite para tentar segurar votos suficientes e impedir a aprovação do impeachment


	Palácio do Planalto: “estamos segurando cada voto à unha”, disse uma das fontes
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Palácio do Planalto: “estamos segurando cada voto à unha”, disse uma das fontes (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2016 às 23h39.

Brasília - O governo admite que está no limite, “lutando com suas últimas forças”, para tentar segurar votos suficientes e impedir a aprovação da abertura de processo de impeachment no próximo domingo, mas fontes palacianas admitem que a situação nunca foi tão difícil.

“Estamos segurando cada voto à unha”, disse uma das fontes. A avaliação é que a posição do governo piorou nos últimos dias não apenas pela defecção de partidos com que se estava negociando, como o PP e PSD, mas porque as “ameaças e promessas do outro lado” e a tentativa de criar um clima de “já ganhou” foram mais eficazes que as ações do Planalto.

“Virou um estica e puxa. Cada um que sai do Planalto é imediatamente procurado com ameaças ou promessas no mercado futuro”, afirmou a fonte.

A avaliação é que o governo vive o momento mais dramático, especialmente pelo pouco tempo para tentar segurar ou virar votos, mas ainda tenta vender que possui o suficiente para barrar o processo na Câmara.

Na manhã desta quinta-feira, em um rápido café da manhã com líderes governistas, o tom foi o de ir à luta em uma ofensiva final. Em uma fala de cinco minutos, Dilma pediu o “máximo empenho” para “vencer a batalha”, elogiou a “coragem” de quem está apoiando o governo e afirmou que vai “lutar nas ruas, na Justiça e no Parlamento” pelo seu mandato, mesmo que seja derrotada no domingo na Câmara.

Nos próximos dias, a própria presidente fará uma última ofensiva para angariar votos, falando diretamente com deputados e tentando injetar ânimo na militância.

Dilma irá pessoalmente, no sábado, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visitar o acampamento organizado por movimentos sociais --especialmente o Movimento dos Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT)  e União Nacional dos Estudantes (UNE)-- em um ginásio de esportes em Brasília, à espera da manifestação organizada para domingo.

Ainda nesta quinta-feira, Dilma recebeu os governadores do Piauí, Wellington Dias, da Bahia, Rui Costa, do Ceará, Camilo Santana --os três petistas-- e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que prometeram buscar votos em suas bancadas contra o impeachment. Coutinho, apesar de seu partido ter fechado questão a favor da saída da presidente, disse a Dilma que conversaria com sua bancada ainda na tentativa de virar alguns votos.

O governo espera uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mandado de segurança impetrado pela Advocacia Geral da União (AGU) pedindo a nulidade de procedimentos adotados pela Câmara na tramitação do impeachment para então analisar outras ações.

Se não obtiver uma vitória agora no Supremo, poderá questionar também o mérito do pedido de impeachment dependendo do resultado da votação no plenário da Câmara.

PRONUNCIAMENTO

Dilma deverá fazer um pronunciamento no domingo, seja qual for o resultado da votação na Câmara. A intenção não é usar cadeia de rádio e tevê, mas convocar a imprensa para uma declaração. Apesar de ter dito a jornalistas, em conversa na quarta-feira, que se perder a votação é “carta fora do baralho”, a presidente pretende, como disse a parlamentares, continuar lutando pelo mandato mesmo com uma derrota no plenário da Câmara, seja tentando virar o jogo no Senado, seja apelando para o Supremo Tribunal Federal.

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