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Governo deve prorrogar campanha de vacinação contra sarampo em Roraima

A menos de uma semana do prazo inicialmente previsto para o fim da iniciativa (10 de abril), menos de 10% do público alvo foi imunizado

Vacinação: 39 mil pessoas tomaram a vacina e objetivo era proteger pelo menos 400 mil pessoas (Sean Gallup/Getty Images)

Vacinação: 39 mil pessoas tomaram a vacina e objetivo era proteger pelo menos 400 mil pessoas (Sean Gallup/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2018 às 20h06.

Última atualização em 4 de abril de 2018 às 20h06.

Brasília - O governo deve prorrogar a campanha de vacinação contra sarampo em Roraima em virtude da baixa adesão. A menos de uma semana do prazo inicialmente previsto para o fim da iniciativa (10 de abril), menos de 10% do público alvo foi imunizado.

Dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que 39 mil pessoas tomaram a vacina. O objetivo era proteger pelo menos 400 mil pessoas, dentre elas 100 mil venezuelanas que agora vivem no Estado.

Enquanto os índices de vacinação estão muito abaixo do planejado, os casos de sarampo avançam de forma rápida. Foram notificados até o momento 213 casos suspeitos, dos quais 42 foram confirmados.

Os registros começaram a ser contabilizados em fevereiro. Além do aumento do número de notificações, a doença se alastra. Casos suspeitos, antes concentrados em Boa Vista, já atingem 9 municípios. A doença é altamente contagiosa.

Diante do avanço, o Ministério da Saúde encaminhou aos demais Estados alertas para que reforcem a vigilância e a imunização. A cobertura vacinal de sarampo no País está muito abaixo do que seria considerado seguro.

A média nacional indica que 68% da população tem as duas doses da vacina. O ideal é que 80% esteja protegido. Integrante do Programa Nacional de Imunização, Ana Goretti Maranhão classificou em março como uma "tragédia" a cobertura vacinal contra sarampo no Brasil

O Brasil havia recebido em 2016 o certificado de eliminação da doença. Os últimos casos registrados no País haviam sido em 2015, num surto no Ceará. A retomada de casos começou a ser notada neste ano. A mudança é atribuída à chegada no País de pessoas já infectadas pelo vírus.

Há duas semanas, o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, sugeriu ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom auxílio para que o País pudesse exigir certificado de vacina de venezuelanos que pretendem se refugiar no País. O pedido foi feito de maneira informal e, neste momento, não há intenção da pasta de levar a estratégia adiante.

Isso porque há um mês, um posto de vacinação foi montado na fronteira entreRoraima e Venezuelapelo Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde para imunizar venezuelanos que buscavam refúgio no Brasil. Estão sendo ofertadas as vacinas DT (difteria e tétano), tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) além da contra febre amarela. De acordo com a pasta, a aceitação de venezuelanos à iniciativa tem sido muito boa.

A vacinação de imigrantes venezuelanos também é feita antes do processo de interiorização. Antes de integrantes do grupo, hoje concentrados em Roraima, serem encaminhados para outros Estados do País, é feita uma avaliação da situação vacinal e, se necessária, a atualização da carteira.

"A vacinação é a medida mais eficaz contra determinadas doenças, e embora algumas delas estejam sob controle, ainda há registros de sua ocorrência no país. Dessa forma, a vacinação oportuna é indispensável para oferecer proteção às pessoas contra a possibilidade da ocorrência dessas doenças", informou o ministério.

 

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