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Governo define esquema de vacina da febre amarela em Campinas

Decisão de fazer a ação de bloqueio na área, até então considerada livre de risco para doença, foi tomada após a morte de macacos

Febre Amarela: expectativa é de que a vacinação na região de Campinas seja concluída em 10 dias (Reuters/Reuters)

Febre Amarela: expectativa é de que a vacinação na região de Campinas seja concluída em 10 dias (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de março de 2017 às 16h56.

Brasília - A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas definem nesta segunda-feira, 27, como será a vacinação contra febre amarela na região.

A decisão de fazer a ação de bloqueio na área, até então considerada livre de risco para doença, foi tomada na sexta-feira, 24, diante da confirmação de morte de três macacos bugios no distrito de Sousas. Os laudos foram divulgados pelo Instituto Adolfo Lutz.

A expectativa é de que a vacinação na região seja concluída em 10 dias. A estratégia deve começar na população residente na área próxima onde os macacos mortos foram encontrados.

Progressivamente, a vacinação será ofertada na área urbana de Campinas. Além de Sousas, macacos mortos foram encontrados próximos de Amparo e Monte Alegre do Sul, o que deixa clara a circulação de vírus nesta área do interior paulista. Na duas cidades, vacinação já foi iniciada.

"Estamos absolutamente estupefatos. A epidemia de febre amarela nunca foi assim", afirmou na sexta-feira o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos. Ele conta que em ciclos anteriores as epizootias (mortes de animais, primeiros sinais de que há um aumento da circulação do vírus) ocorriam em regiões limitadas. Essa fase era seguida por casos em humanos, mas num ciclo relativamente rápido. "Neste ano, assistimos a uma queda de casos importante numa região e, em sequência, o aparecimento de epizootias em outros", disse.

Boulos afirmou não haver nenhuma explicação para isso. "Os macacos seguem rotas próximas de cursos de água. São corredores conhecidos. Não esperávamos que eles saíssem dessa região e fossem para outros lugares até então considerados insuspeitos."

O coordenador ressaltou que há tempos autoridades sanitárias trabalham com a expectativa de que a febre amarela se expandiria pelo Estado, mas não de forma tão rápida. "Não esperávamos agora. Mas chegou. Vamos ter de trabalhar com a situação atual sem, neste momento, buscar grandes explicações para isso."

São Paulo solicitou ao Ministério da Saúde 3 milhões de doses do imunizante. O quantitativo será usado para vacinar tanto a região, até agora considerada livre de risco para a doença, quanto para reforçar as ações de bloqueio na região de São João da Boa Vista e Piracicaba.

"Temos experiências com vacinações. Não haverá problemas. Nem falta de vacinas." O primeiro lote solicitado ao Ministério da Saúde deve chegar nos próximos dias. "Virão 200 mil doses, depois, mais 500 mil até chegar aos 3 milhões."

Boulos disse que não há, a princípio, intenção de estender a vacinação para litoral paulista ou para São Paulo. "Estamos alertas. Acompanhando as epizootias. Se houver mais casos, em novos locais, vamos ampliando as regiões de vacinação."

O epidemiologista André Ricardo Ribas Freitas alertou que pessoas que pretendam visitar a área rural de Sousas e Joaquim Egídio estejam previamente vacinadas contra a febre amarela.

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