Brasil

Governo decide se afastar de Delcídio

Prisão de Delcídio do Amaral: o escândalo deixou o núcleo político do Planalto perplexo e em alerta


	Prisão de Delcídio do Amaral: o escândalo deixou o núcleo político do Planalto perplexo e em alerta
 (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

Prisão de Delcídio do Amaral: o escândalo deixou o núcleo político do Planalto perplexo e em alerta (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 08h08.

Brasília - O Palácio do Planalto decidiu lavar as mãos sobre o destino do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e abandoná-lo à própria sorte para que a nova crise não prejudique ainda mais a presidente Dilma Rousseff.

Até ser preso pela Polícia Federal, na manhã de quarta-feira, 25, Delcídio era líder do governo no Senado. O escândalo deixou o núcleo político do Planalto perplexo e em alerta.

Ao longo do dia, Dilma convocou duas grandes reuniões com ministros. A avaliação foi a de que o episódio agravou a situação política. Para que a crise não colasse em Dilma, porém, o Planalto resolveu rifar Delcídio.

Depois de um "pente-fino" na gravação feita por Bruno Cerveró, filho do ex-diretor da área internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, ministros adotaram o discurso de que as ações do senador foram feitas em "caráter pessoal".

"O governo foi surpreendido pelos fatos ensejados pela ação do Supremo Tribunal Federal", afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Não vejo impacto maior sobre o governo, uma vez que fatos relatados não derivam de ação do governo ou por ele solicitado", disse.

Em conversas reservadas, porém, auxiliares de Dilma admitem que a estratégia de rifar Delcídio foi adotada para blindar a presidente.

Não sem motivo: além de ver a investigação da Operação Lava Jato avançando sobre o Planalto, a prisão do senador petista ressuscita o escândalo da compra da refinaria de Pasadena, em 2006, quando Dilma era ministra-chefe da Casa Civil.

A refinaria foi comprada por preço superfaturado e Dilma depois afirmou que autorizou o negócio com base em um relatório produzido por Cerveró. De acordo com a presidente, ela constatou depois que o documento tinha falhas.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasPolítica no BrasilEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoIndústria do petróleoSenadoOperação Lava JatoDelcídio do AmaralCombustíveis

Mais de Brasil

Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra em atos da administração pública

Uber e 99 voltarão com serviço de moto em SP a partir de 11 de dezembro

CNH sem autoescola: empresas já fecharam por falta de alunos, diz entidade

CPI do Crime Organizado inicia depoimentos de cúpula da segurança pública