De acordo com o edital suspenso, o cardápio servido nos aviões do governo paulista deve ser preparado somente com produtos de primeira qualidade (Rogério Cassimiro/Governo do Estado de SP/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 11 de outubro de 2023 às 13h35.
O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) desistiu da compra de R$ 345,3 mil para fornecimento de refeições de bordo para o governador paulista e sua comitiva consumirem em viagens oficiais dentro do Brasil. O serviço teria duração de 30 meses, ao custo mensal de R$ 11,5 mil para o fornecimento de até 35 refeições, conforme a proposta vencedora da licitação, que chegou a ser feita. O menu incluía salmão e filé mignon, entre outros itens.
O recuo ocorreu após o Estadão procurar o governo para pedir informações sobre o contrato. Como resposta, a Casa Militar, órgão estadual responsável pela segurança direta do governador, informou que o processo eletrônico para a contratação do serviço foi revogado. Segundo o órgão, os recursos serão agora destinados a outras atividades da Pasta.
A decisão foi tomada nesta terça-feira, 10, quatro dias após o pregão eletrônico que licitou o contrato e somente um dia depois do questionamento da reportagem. O governo estadual, porém, não explicou o motivo da revogação, tampouco atualizou a situação do contrato no sistema eletrônico de compras, que segue aguardando homologação do órgão responsável.
De acordo com o edital suspenso, o cardápio servido nos aviões do governo paulista deve ser preparado somente com produtos de primeira qualidade. O texto ainda veta o uso de produtos com alterações de características, ainda que dentro do prazo de validade. Além disso, determina que cada prato deve contar com uma proteína, duas guarnições ou uma massa, uma salada e uma sobremesa. As opções de cada item são escolhidas pelo passageiro enquanto o pedido é feito por e-mail. O serviço pode ser acionado até cinco vezes por mês, sendo que, em cada ocasião, são servidas de duas a sete refeições, conforme o número de passageiros.
Após o pedido, o fornecedor teria quatro horas para entregar as refeições nas aeronaves oficiais localizadas no Palácio dos Bandeirantes, Aeroporto de Congonhas, Aeroporto do Campo de Marte, Aeroporto Internacional de Guarulhos ou outros endereços da capital paulista. O edital também determinava que as refeições deviam ser servidas em bandeja de marmitex de alumínio ou pote de polipropileno com capacidade adequada para a quantidade de comida, sendo que a salada e a sobremesa devem ser oferecidas em recipientes próprios. Já as proteínas devem ser cortadas em cubos, para facilitar o consumo dentro das aeronaves.
No momento, o governador, vice e secretários de Estado contam com dois helicópteros e um avião bimotor para o transporte aéreo. A operação é realizada pelo Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo.