Brasil

Governo de SP suspende agendamento de cirurgias eletivas

Eletivas são aquelas não urgentes. A medida é uma resposta ao aumento de 18% no número de internações de pacientes com covid-19 na última semana

Hospital em São Paulo (Rodrigo Capote/Bloomberg/Getty Images)

Hospital em São Paulo (Rodrigo Capote/Bloomberg/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 13h34.

Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 09h20.

A Secretaria da Saúde de São Paulo vai publicar um decreto suspendendo o agendamento de novas cirurgias eletivas em hospitais públicos e privados do estado. Cirurgias eletivas são aquelas não urgentes, marcadas com antecedência. Com isso, o leito que seria utilizado para este procedimento pode ser destinado a atendimentos de pacientes com a covid-19.

A medida é uma resposta ao aumento de 18% no número de internações de pacientes com covid-19 na última semana. O estado também vai determinar que as unidades de saúde não desmobilizem leitos exclusivos para atendimento a pacientes com o coronavírus.

“Estamos em uma condição de bastante atenção e cautela. Dados que sinalizam aumento de casos e de internações”, disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 19, onde também assinou o decreto que será publicado do Diário Oficial.

Ele ainda destacou que no auge da pandemia, em junho, a taxa de internações de leitos de UTI estava em 95% e que atualmente está em 43%. Apesar disso, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, na quarta-feira, 18, a média diária de solicitações de novas internações está em 1.101, a mais alta em um mês. A situação é pior na Grande São Paulo, onde a média está em 677, a maior em dois meses.

Capitais também suspenderam cirurgias

Outras cidades também adotaram a mesma medida nesta semana, como Curitiba e Florianópolis. Na capital paranaense, a suspensão é temporária, mas não há uma data para retomada dos procedimentos. A taxa de ocupação de leitos de UTI SUS exclusivos para a covid-19 na cidade está em 78%, com apenas 61 leitos livres, segundo dados mais receitas da prefeitura.

Em Florianópolis, dos 30 leitos reservados no Hospital Florianópolis, referência para covid-19 na cidade, apenas quatro estavam disponíveis na terça-feira. O Hospital Celso Ramos está com lotação de 95% na UTI. A taxa de ocupação de leitos na capital catarinense está em 84%, com apenas 14 disponíveis na rede do SUS.

Governo de SP adia atualização da quarentena

O governo de São Paulo decidiu adiar a reclassificação da quarentena no estado, que estava prevista para a segunda-feira, 16. De acordo com o governo, um problema no sistema do Ministério da Saúde que compila todos os dados da pandemia, identificado na semana passada, motivou a alteração. A previsão é fazer uma nova avaliação no dia 30 de novembro.

“A pane do Ministério da Saúde afetou a atualização de dados de todo o Brasil. Estamos adiando para o dia 30 de novembro, uma medida de cautela, quando tivermos todos os indicadores disponíveis. Se fosse hoje, a maioria das regiões seria promovida para a fase verde. O momento requer precaução, cautela e cuidado”, explicou o governador de São Paulo João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

O Ministério da Saúde reconheceu a falha no sistema, que afetou a atualização de dados por vários dias. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que a pasta encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos, o que a levou a bloquear o acesso às suas redes para garantir a segurança dos dados.

 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstado de São PauloJoão Doria Júnior

Mais de Brasil

Governo Lula condena ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã

Brasileira desaparecida em vulcão foi deixada para trás por guia, diz imprensa da Indonésia

Rio Grande do Sul tem 126 municípios afetados pelas chuvas, mas número de pessoas desalojadas cai

Maioria da população apoia a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, diz pesquisa