Brasil

Governo de SP pedirá ressarcimento por cartel de trens

A suspeita é que as empresas se reuniam para combinar os resultados das licitações, o que acarretava em preços de 10% a 20% maiores do que os que deveriam ser aplicados


	Metrô de São Paulo: há indícios de fraude em contratos para a instalação de sistemas operacionais entre as Estações Ana Rosa e Alto do Ipiranga e entre Ana Rosa e Vila Madalena
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Metrô de São Paulo: há indícios de fraude em contratos para a instalação de sistemas operacionais entre as Estações Ana Rosa e Alto do Ipiranga e entre Ana Rosa e Vila Madalena (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 11h09.

São Paulo - A Corregedoria-Geral da Administração do governo do Estado de São Paulo afirmou nesse domingo, 14, que pedirá ressarcimento de perdas e punição dos envolvidos caso seja comprovado que multinacionais formaram cartel para licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

De acordo com nota, a corregedoria já solicitou cópia do inquérito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que investiga o caso. Agora, o órgão espera envio dos documentos.

A suspeita é que as empresas se reuniam para combinar os resultados das licitações, o que acarretava em preços de 10% a 20% maiores do que os que deveriam ser aplicados.

A multinacional alemã Siemens delatou o cartel, do qual fez parte, envolvendo as empresas Bombardier, CAF, Mitsui e Alstom. A informação foi revelada pelo jornal "Folha de S.Paulo". A delação da empresa faz parte de um acordo de leniência com o governo brasileiro, na qual ela ganha imunidade no processo.

O jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem no dia 6 revelando que a Polícia Federal e a Superintendência Geral do Cade apuravam a formação de suposto cartel em concorrências para manutenção do metrô de Brasília e em cinco licitações em São Paulo.

No metrô de São Paulo, uma das suspeitas é em relação à Linha 2-Verde.


Há indícios de fraude em contratos para a instalação de sistemas operacionais entre as Estações Ana Rosa e Alto do Ipiranga e entre Ana Rosa e Vila Madalena. Também são apuradas possíveis fraudes em três licitações para compra de trens e obras de modernização da rede da CPTM.

A Siemens afirmou que "tem feito grandes esforços para desenvolver um novo e eficaz sistema de compliance, cujo foco visa, em particular, a sensibilizar os funcionários no que diz respeito a questões antitruste".

Ainda segundo a empresa, o código de conduta da companhia enfatiza a importância "de uma concorrência leal e obriga todos os funcionários a cumprir com os regulamentos antitruste".

A Siemens afirma ainda que coopera integralmente com as autoridades. A Mitsui informou que "tem diligentemente cooperado com as investigações" e que não vai comentar o caso.

A Alstom afirmou que "está colaborando com as autoridades". A Bombardier informou que "coopera em absoluto com a investigação de forma a que todos os fatos venham a ser conhecidos o mais rápido possível". A reportagem não encontrou representante da CAF para comentar sobre o assunto.

Acompanhe tudo sobre:AlstomBombardierCAFCartelCPTMEmpresasEmpresas alemãsEmpresas estataisEmpresas francesasEmpresas japonesasempresas-de-tecnologiaEstado de São PauloEstatais brasileirasMetrô de São PauloMitsuimobilidade-urbanaSiemensTransporte públicoTransportestransportes-no-brasil

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas