(Governo de São Paulo/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de outubro de 2020 às 13h32.
Até semana passada, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vinha dizendo que o início da vacinação contra a covid-19 no estado seria no dia 15 de dezembro. Com o atraso nos resultados da fase de testes, fundamentais para comprovar a eficácia, o discurso mudou e os integrantes da equipe de saúde passaram a dizer que não há como especificar uma data para o começo da campanha de imunização.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, responsável pela fase de testes da vacina chinesa do laboratório Sinovac no Brasil, todo o estudo de uma vacina dura, em média, 12 meses, mas que tudo está sendo o mais adiantado possível.
Ele explicou, em entrevista coletiva na segunda-feira, 19, que a eficácia será comprovada quando, pelo menos, 61 casos de covid-19 forem confirmados dentro do grupo de voluntários, o que ainda não ocorreu. Com este diagnóstico positivo é possível identificar se aquele voluntário recebeu o placebo ou a vacina e comparar os dados.
A conclusão da fase de testes foi prometida pelo governador João Doria para o último fim de semana, o que não ocorreu. Até o momento, 9.000 voluntários já receberam a vacina em sete estados brasileiros. O total de testados será de 13.000 pessoas. Dos voluntários que foram vacinados, menos de 35% tiveram algum tipo de efeito colateral, e a maior parte foi apenas de uma dor no local da aplicação.
“A vacina do Butantan é a mais segura em termos de efeitos colaterais, com 35% de pessoas que apresentaram algum sintoma. Nenhuma das outras ainda em teste apresentou um valor abaixo de 70%. A testagem ainda não se encerrou. Voluntários ainda são necessários e dependemos deles para dar rapidez ao processo”, disse o diretor do Butantan.
Na quarta-feira, 21, o governador João Doria (PSDB) vai a Brasília falar com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tentar incluir a Coronavac no Programa Nacional de Imunizações. O governador de São Paulo chegou a dizer que a data é considerada a última para que o governo federal decida se vai comprar a vacina ou não.
O Ministério da Saúde tem duas apostas de vacina para distribuir a nível nacional. Uma delas é a desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. O acordo prevê a distribuição das primeiras 15 milhões de doses em janeiro de 2021, mas ainda sem uma data específica para o início da imunização.
A outra aposta é da aliança global Covax Facility que vai permitir ao Brasil ter acesso a uma de nove vacinas em desenvolvimento atualmente. Neste pacote estão 40 milhões de doses. Entre estas nove vacinas não está incluída a do laboratório Sinovac.