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São Paulo fiscaliza 300 km de rios para barrar furto de água

Blitze em indústrias e fazendas já resultou em 12 multas e 170 advertências por retirada de água sem autorização e com volume superior ao permitido


	Seca: sistema Cantareira sofre maior estiagem da sua história
 (Nacho Doce/Reuters)

Seca: sistema Cantareira sofre maior estiagem da sua história (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2014 às 21h57.

São Paulo - A escassez hídrica em São Paulo levou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a lançar uma ofensiva contra o furto de água na Grande São Paulo e em cidades do interior abastecidas pelo Sistema Cantareira, que passa pela pior estiagem da história.

Só na região de Campinas, mais de 300 quilômetros de rios foram sobrevoados em busca de captações clandestinas e uma série de blitze em indústrias e fazendas já resultou em 12 multas e 170 advertências por retirada de água sem autorização e com volume superior ao permitido.

O cerco às fraudes em captações diretas nos rios foi intensificado em maio pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), responsável pela fiscalização, a pedido do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce.

À época, o Cantareira estava com cerca de 9% da capacidade, e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ainda não havia iniciado a retirada do volume morto do manancial, reserva de água represada abaixo do nível das comportas de captação. A pasta não informou os nomes dos responsáveis flagrados na operação.

Segundo a secretaria, apenas entre maio e a última sexta-feira, 282 locais já haviam sido vistoriados pelos fiscais, a maioria com captações subterrâneas (119). Mas são as retiradas superficiais, onde 84 pontos já foram alvo de blitze, que mais preocupam.

No dia 10, técnicos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas acompanharam o sobrevoo do Rio Atibaia, que abastece 95% da cidade, em busca de captações clandestinas. Antes da crise, as fiscalizações praticamente só ocorriam quando havia denúncia.

Segundo a empresa, a suspeita é de que as retiradas irregulares sejam responsáveis pelas quedas repentinas de até mil litros por segundo na vazão do rio na chegada ao município.

Técnicos da empresa acreditam que a água possa estar sendo desviada para encher açudes particulares da região. Procurado, o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, não quis gravar entrevista. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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