Brasil

Governo de SP elabora plano para diminuir pressão sobre os leitos de UTI

A taxa de ocupação de leitos cresceu muito em todos os hospitais nas últimas semanas e chegou a 58% em todo o estado, valor que não era visto há um mês

Todos os hospitais de campanha do estado já foram fechados (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Todos os hospitais de campanha do estado já foram fechados (Rovena Rosa/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 16h10.

Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 16h32.

O governo de São Paulo prometeu para a sexta-feira, 11, um plano com o objetivo de melhorar a capacidade de atendimento nos leitos de UTI e de enfermaria no estado. Nesta quinta-feira, 10, a taxa de ocupação da UTI está em 58%, uma das mais altas em meses, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde. Todos os detalhes serão anunciados em coletiva de imprensa às 12h45.

Além da taxa de ocupação, os números mostram que nesta quinta-feira foram feitas 1.568 solicitações de internações de pacientes com covid-19. É o mais alto registro desde o fim de agosto. A média diária, referente aos últimos sete dias, está em 1.409, quase o dobro do registrado em novembro.

“Amanhã nós teremos uma coletiva inteiramente dedicada a isso [ocupação de leitos de UTI]. Estarão presentes os médicos responsáveis pelo Centro de Contingência da Covid-19. Vamos ter uma panorâmica completa. Estamos sim preocupados em relação ao país e há a nossa responsabilidade em relação ao aumento de infecções e de ocupação de leitos de UTI e também de óbitos”, disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta quinta.

Dentre as possíveis ações que o governo estadual pode adotar está algumas que foram implementadas no início da pandemia, como a redistribuição de leitos, reserva na rede privada, e até mesmo a reativação de hospitais de campanha.

Na mesma entrevista, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 do estado, José Medina, alertou que este momento é pior do que o primeiro pico, no meio do ano, pela alta possibilidade de transmissão.

“O crescimento deste segundo pico é pior porque a base de infectantes é muito maior. Todos nós lembramos que no começo uma região tinha muitos casos e em outras regiões não tinham registros. Hoje, todas as cidades brasileiras têm pelo menos um caso”, disse.

Ele ainda reforçou para o cuidado com as festas de fim de ano, como Natal e Ano-Novo. “Nós temos de abolir o ‘boas festas’ por ‘fique em casa’. Temos de utilizar aquele Feliz Natal e Ano-Novo sem muita festa, sem aglomeração de pessoas”, disse.

Início da produção da vacina

O Instituto Butantan começou na quarta-feira, 9, a produção da vacina contra a covid-19 na planta em São Paulo. De acordo com o diretor da entidade, Dimas Covas, a fábrica vai passar a funcionar 24 horas por dia e serão contratados mais 120 técnicos. Até janeiro, 40 milhões de doses da vacina deverão ser produzidos no local.

Na semana passada chegou ao Brasil a segunda remessa de doses da CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Este lote era de 600 litros a granel, o equivalente a 1 milhão de doses. É com este insumo que o Butantan começou a produção. Em novembro, o instituto já havia recebido as primeiras 120.000 doses da vacina pronta.

Apesar de começar a produção, o imunizante ainda não foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também não foram concluídos os testes de eficiência e segurança — a chamada fase 3 — com os 13.000 voluntários no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstado de São PauloJoão Doria Júnior

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos