CPTM: projeto prevê R$ 14,3 bilhões em investimentos privados (Ruy Barbosa Pinto/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de maio de 2025 às 16h12.
Última atualização em 22 de maio de 2025 às 16h25.
O governo de São Paulo e o Grupo Comporte assinaram o contrato de concessão patrocinada do Lote Alto Tietê, que contempla as linhas 11, 12 e 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além da operação do Serviço Expresso Aeroporto, que conecta a capital paulista ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.
O projeto prevê R$ 14,3 bilhões em investimentos privados ao longo de 25 anos de contrato. O documento foi publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira, 22.
A companhia venceu o leilão realizado no fim de março, com proposta de desconto de 2,57% em relação à contraprestação que será paga pelo governo do estado.
O Grupo Comporte é ligado à família Constantino, fundadora e controladora da Gol Linhas Aéreas, e opera várias empresas de ônibus urbanos e rodoviários, como a BR Mobilidade, Piracicabana e Prata. Em 2022, a empresa levou a concessão do metrô de Belo Horizonte, e em 2024 venceu o leilão de concessão da Linha 7-Rubi e da construção e operação do projeto de trem que ligará São Paulo a Campinas, o TIC.
Segundo a gestão estadual, a futura concessionária será responsável por ampliar, reformar e operar os três ramais ferroviários. O objetivo é reduzir o tempo de espera entre os trens, aumentar a oferta de viagens e expandir a rede.
A gestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirma que a remuneração da empresa será feita por disponibilidade, modelo que busca garantir previsibilidade financeira e estimular melhoria contínua nos serviços.
A fase pré-operacional, dedicada a treinamentos, adaptação tecnológica e assunção progressiva da operação das linhas, começará em 60 dias, quando o contrato completa a data de eficácia — momento em que passa a produzir efeitos jurídicos e operacionais. Terá duração de 12 meses.
Nesta fase, também são realizados estudos voltados para a resiliência climática e para a mitigação de riscos relacionados a eventos extremos, com foco na segurança do sistema.
Concluída a fase pré-operacional, começa a fase operacional, que se estende até o fim da concessão. Ela é composta, inicialmente, por um período de 12 meses de operação assistida, durante o qual a CPTM acompanha e supervisiona a atuação da concessionária.
Após esse período, tem início a operação comercial plena, quando a CPTM deixa de prestar assistência direta e a concessionária assume integralmente a gestão do sistema. A fiscalização do contrato ficará a cargo da Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp).
Serão construídas dez novas estações e reformadas as 24 já existentes, além da eliminação de todas as passagens ao nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.
As linhas também passarão por investimentos na rede aérea, via permanente e sinalização, além da implantação de novos equipamentos e sistemas.
Até 2040, a previsão do governo estadual é que as três linhas juntas transportem 1,3 milhão de passageiros por dia em média útil.
A concessão promete reduzir os intervalos entre trens. Veja como será em cada linha: