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Governo de São Paulo reconhece surto de febre amarela

Desde dezembro, o estado registrou 58 casos de febre amarela, 28 deles letais, contra 53 casos e 16 mortes nos primeiros onze meses do ano passado

Febre amarela: governo paulista reconheceu que o estado vive um surto da doença (Douglas Engle/Bloomberg)

Febre amarela: governo paulista reconheceu que o estado vive um surto da doença (Douglas Engle/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 10h40.

As autoridades do estado de São Paulo tentam conter uma onda de pânico diante do surto de febre amarela, que, desde o início do verão, multiplica os casos de uma doença frequentemente letal.

"Não há dúvida de que existe um surto de febre amarela em São Paulo", reconheceu na terça-feira o coordenador da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos.

Desde dezembro, São Paulo registrou 58 casos de febre amarela, 28 deles letais, contra 53 casos e 16 mortes nos primeiros onze meses do ano.

É uma situação "nunca antes vista", com casos diagnosticados em locais próximos a centros urbanos. "É uma situação imprevista, que tem causado grandes danos à população", disse Boulos em entrevista por telefone.

Outras regiões, principalmente o sudeste, também acenderam os alarmes. Em Minas Gerais, 25 pessoas morreram entre julho de 2017 e 23 em janeiro; e no Rio de Janeiro, com 15 casos até segunda-feira, foram registradas sete mortes em 2018.

O ministro da Saúde Ricardo Barros garante, no entanto, que ainda não se pode falar de "surto", definido por especialistas como um aumento nos casos superior ao esperado em um determinado período.

"Ainda não dá para falar de surto. A cada ano, nesta época, surgem casos de febre amarela", disse Barros à AFP por telefone.

Apesar da diferença de definições, Boulos e Barros dizem que não há motivo para entrar em pânico.

"As pessoas acreditam que podem contrair o vírus independentemente de onde vivem e se estão expostas a riscos", ressalta o coordenador do controle de doenças.

"Não conseguimos transmitir a mensagem de que a doença é silvestre. Não pode contrair a doença que não vai a zonas florestais", acrescentou, descartando a possibilidade de transmissão urbana do vírus, apesar do fato de que dezenas de casos foram registrados em novas áreas.

De acordo com Boulos, foi precisamente o pânico generalizado que causou uma escassez de vacinas no estado de São Paulo, declarado na semana passada pela área da Organização Mundial da Saúde (OMS) zona de risco de transmissão da febre amarela.

Em plena férias escolares e com milhares de visitantes por mês, o Jardim Botânico e dois parques zoológicos de São Paulo fecharam suas portas na terça-feira, depois que um macaco foi encontrado morto por causa do vírus.

A febre amarela causa febre, calafrios, fadiga, dores de cabeça e dor muscular, geralmente associada a náuseas e vômitos. Casos graves levam a insuficiência renal e hepática, icterícia e hemorragia.

A versão silvestre é transmitida pelo mosquito aos seres humanos depois de picar um macaco infectado; a urbana, pelo mosquito depois de picar um humano infectado.

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