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Governador de MG prevê racionamento "severo" de água

Governador Pimentel se reuniu com Dilma para detalhar a situação da crise hídrica no Estado e para pedir ajuda do governo federal para uma obra emergencial


	Fernando Pimentel: "a situação de fato é grave, nós temos uma situação praticamente crítica na região metropolitana"
 (Antonio Cruz/ABr)

Fernando Pimentel: "a situação de fato é grave, nós temos uma situação praticamente crítica na região metropolitana" (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 13h14.

Brasília - O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, descreveu como "grave" a crise hídrica no Estado e disse nesta quarta-feira, após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, que caso não haja uma redução de 30 por cento do consumo em relação ao ano passado será necessário implementar um rodízio e até mesmo um racionamento aos consumidores mineiros.

"A situação de fato é grave, nós temos uma situação praticamente crítica na região metropolitana (de Belo Horizonte) e, no norte do Estado, municípios em situação quase de colapso de abastecimento de água", descreveu o governador, que até o ano passado era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"Já estamos implementando a redução de consumo com campanha de conscientização e também a adoção dentro em breve de uma sobretaxa para consumidores que ultrapassarem a média de consumo do ano passado. É uma medida absolutamente necessária", disse.

"A meta é reduzir 30 por cento do consumo na região metropolitana nesses próximos meses. Se essa campanha não for suficiente, nós vamos para o rodízio e se não for suficiente nós vamos para o racionamento. Infelizmente, essa é a verdade", acrescentou.

Pimentel se reuniu com Dilma para detalhar a situação da crise hídrica no Estado e para pedir ajuda do governo federal para uma obra emergencial, que poderia ampliar a captação de água para a região metropolitana de Belo Horizonte em até 5 metros cúbicos por segundo.

Essa obra, porém, sequer tem projeto pronto. Segundo ele, a Copasa, companhia de saneamento do Estado, deve ter um projeto concluído até o final de fevereiro, quando haverá estimativas de custos e com quanto o governo federal poderá ajudar.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que o governo federal fará o que puder ajudar o Estado.

"Essa obra aumentando a vazão para o sistema do rio Manso pode ser executada ao longo desse ano", disse.

O governador disse que se "tudo der certo" a obra ficará pronta em novembro. O ministro disse que esse "projeto na verdade vai representar um aditivo num contrato de PPP que já existe".

E, segundo ele, ainda não está definido qual a melhor forma que o governo federal pode ajudar. Ele citou a possibilidade de incluir a obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou mesmo atuar de forma conjunta para acelerar o licenciamento da obra.

Dilma se reúne ainda nesta quarta-feira com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, também para tratar da questão hídrica e é aguardada para essa semana uma nova reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre o tema.

A região Sudeste do país atravessa uma crise de chuvas abaixo da média histórica, temperaturas altas desde o ano passado e medidas governamentais insuficientes para frear o consumo e desperdício de água.

Na semana passada, o reservatório de Paraibuna, uma das quatro represas do rio Paraíba do Sul que abastece com água a região metropolitana do Rio de Janeiro, esgotou seu volume útil, enquanto os outros reservatórios do rio estavam em níveis próximos do esgotamento.

Em São Paulo, o racionamento para a região metropolitana poderá prever no pior cenário interrupção no abastecimento por cinco dias na semana e retomado nos outros dois, afirmou na véspera o diretor da companhia de água do Estado, Sabesp, Paulo Massato.

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