O reajuste é anunciado justamente em momento que o governo sofre críticas de médicos brasileiros, diante da determinação de permitir a entrada de profissionais da saúde estrangeiros no País (Stock.xchng / Kurhan)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2013 às 22h45.
Brasília - A bolsa de residência médica terá reajuste de 24,8% a partir de segunda-feira, 1. A medida beneficia 23.134 residentes, que passarão a receber R$ 2.976,26 por mês, informa o Ministério da Saúde, em nota. A bolsa é paga aos profissionais que estão cursando residência médica e de outras áreas da saúde. "Este é o maior reajuste já feito no valor da bolsa", ressalta o texto.
O reajuste é anunciado justamente em momento que o governo sofre críticas de médicos brasileiros, diante da determinação de permitir a entrada de profissionais da saúde estrangeiros no País. Nesta sexta-feira, inclusive, médicos-residentes fizeram um protesto em Brasília.
Os participantes do ato percorreram a avenida W3 Sul e depois seguiram para a Esplanada dos Ministérios gritando o lema "Ei, Dilma, vai tratar do SUS". Os manifestantes carregavam cartazes e entre alguns dizeres estavam "queremos saúde padrão FIFA" e "médico tem, falta gestão e respeito". O ato terminou em frente ao Palácio do Planalto.
A nota divulgada nesta sexta-feira informa que o aumento da bolsa de residência está previsto em Portaria Interministerial das pastas da Saúde e da Educação e começará a ser repassado a partir desta segunda-feira. "Esse é o maior reajuste já dado aos residentes do País e vai impactar em R$ 133,05 milhões no Orçamento do Governo Federal", cita o texto.
O governo argumenta que a ação faz parte de uma série de medidas que estão sendo adotadas pelo governo para estimular a formação de especialistas no Brasil e aumentar o número de médicos no país.
"Serão criadas 12 mil novas vagas de residência até 2017, das quais quatro mil já nos próximos dois anos. Além disso, está previsto incentivo de R$ 100 milhões aos hospitais para expansão da oferta de cursos de residência", cita a nota divulgada nesta sexta.
"Estamos atendendo a reivindicação dos residentes e criando alternativas para aumentar a qualificação dos profissionais de saúde no País. A nossa meta é ofertar uma vaga de residência para cada médico formado", ressalta o ministro Alexandre Padilha, na nota. Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a ação soma-se também a outra voltada à melhoria dos cursos de graduação, informa o texto.
"A nossa maior preocupação é com a qualidade dos cursos oferecidos, de forma a garantir as condições adequadas para que nossos estudantes realizem a residência médica", destaca Mercadante.
Dos 23.134 médicos cursando residências no país, 2.284 profissionais participam do Pró-Residência, iniciativa do Ministério da Saúde que oferta bolsas em instituições públicas estaduais e municipais e sem fins lucrativos.
Os demais 7.834 residentes atuam em instituições federais com incentivo pago pelo Ministério da Educação. Para outros profissionais de saúde existe a residência multiprofissional, com oferta de 5.285 bolsas.