Incêndio na Chapada Diamantina: o fogo no parque começou em setembro e desde novembro as chamas ganharam força (Mateus Pereira/Governo da Bahia)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2015 às 08h29.
As ações de combate ao incêndio no Parque Nacional da Chapada Diamantina se intensificaram hoje (14), segundo o governo da Bahia, com a chegada de mais um helicóptero e mais brigadistas.
Nos próximos dias, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e 47 bombeiros do Distrito Federal viajarão à região para ajudar no combate às chamas.
“A situação é crítica e extremamente preocupante”, disse o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Splengler. Ontem (14), a Justiça Federal na Bahia determinou que o governo do estado e a União adotem medidas para combater o incêndio que atinge o parque.
Segundo o secretário, no entanto, as ações de hoje já estavam previstas.
Seis aviões air tractors, capazes de transportar até 3,8 mil litros de água; quatro helicópteros equipados com material para lançamento de água (incluindo o que chegou hoje); 60 bombeiros militares da Bahia e mais de 70 brigadistas voluntários da região da chapada trabalham para debelar as chamas.
O incêndio no parque começou em setembro e desde novembro as chamas ganharam força.
Trilhas foram fechadas devido ao fogo, atrapalhando o turismo na região.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ainda não tem uma estimativa da área destruída, mas ao menos 50 mil hectares (um hectare equivale à área de um campo de futebol) foram queimados, de acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
“Os focos estão em regiões muito difíceis, onde o controle do fogo é uma atividade complicada. O acesso é muito complexo. São vários focos diferentes. A gente apaga um e começam outros em várias regiões. Na última semana houve chuvas na região e raios provocaram novos focos”, disse César Gonçalves, um dos gestores do parque nacional.
A preocupação está concentrada nas áreas do Vale Capão (onde a preocupação principal é não deixar que o fogo atinja a cidade de Lençóis), da Cachoeira da Fumaça, do Morro Branco e do Morro das Paridas.
Na sexta-feira (11), o incêndio chegou perto das comunidades e das residências, segundo a Defensoria Pública do estado.
“São localidades de difícil acesso, muitas fendas e fendas profundas, muita matéria orgânica, dificuldade de operar com aeronaves para lançamento de água. Tem uma série de dificuldades, associadas à baixíssima humidade do ar, clima muito seco”, disse o secretário do Meio Ambiente.
Decisão da Justiça
A decisão da Justiça foi tomada em resposta a um pedido da Defensoria Pública da União e da Defensoria Pública do Estado da Bahia.
No entender desses órgãos, o estado vinha disponibilizando pessoas, aviões, helicópteros de forma insuficiente para controlar o incêndio.
“Agora existe uma decisão determinando que o estado disponibilize toda a estrutura e, inclusive, a mantenha após o término dos incêndio, porque às vezes o incêndio termina, só que por debaixo da terra, continua pegando fogo, e aí é necessário manter uma estrutura mínima de brigadistas até que isso acabe completamente”, disse o defensor público federal Átila Dias.
Segundo o secretário Eugênio Splengler, o governo da Bahia está elaborando um relatório para mostrar à Justiça, a defensoria e à comunidade que as ações tomadas pelo governo do estado no combate ao incêndio são suficientes.
O ICMBio não respondeu sobre a decisão da Justiça. Em nota divulgada na última sexta-feira (11), informou que está mobilizando todos os recursos disponíveis para combater os incêndios.
“Porém, o fogo só será completamente debelado quando chover na região.”