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Governo comemora votação que tornou Dilma ré

“Foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima", disse uma das fontes


	Impeachment: “foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima", disse uma das fontes
 (Adriano Machado / Reuters)

Impeachment: “foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima", disse uma das fontes (Adriano Machado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2016 às 19h00.

Brasília - O Palácio do Planalto comemorou o resultado da sessão que aprovou a pronúncia da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment como um sinal de que a situação está resolvida e considera que a margem de votos pela cassação tende a ser ainda maior na votação do julgamento final, disseram à Reuters fontes palacianas.

“Foi dentro do cálculo que tínhamos, mas pode ser ainda melhor na próxima. Aumentou quatro votos desde a votação da admissibilidade do processo, o impeachment está consolidado”, disse uma das fontes.

A previsão do Planalto era ter entre 58 e 61 votos, e chegou a 59. Faltaram os votos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já havia avisado que se absteria, e do senador Otto Alencar (PSD-BA), que chegou a ganhar espaço para discursar em cerimônia no mesmo dia no Planalto mas, ainda assim, votou contra o impeachment.

Alencar, no entanto, teria dito que pode mudar seu voto na votação final. “Não tem nada que leve o governo a pensar que pode ter um resultado diferente daqui para a frente”, disse uma das fontes, lembrando que nem mesmo as informações de que as delações de executivos da Odebrecht --que teriam atribuído ao presidente interino Michel Temer o pedido de uma doação eleitoral de 10 milhões de reais-- mudaram o cenário.

“Dificilmente alguma coisa muda agora”, afirmou. Temer ficou no Palácio do Planalto assistindo a votação até o final, acompanhado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de assessores próximos e saiu “felicíssimo”, afirmou a fonte.

Dilma

Do outro lado, no Palácio da Alvorada, Dilma mostrou decepção com alguns senadores, especialmente Cristovam Buarque (PPS-DF), que chegou a visitar a presidente afastada algumas vezes, ajudou na carta aos senadores, que Dilma deve divulgar apenas na próxima semana, mas terminou por votar a favor do impeachment.

Na base da petista, a avaliação é de que dificilmente há condições de uma reversão de resultados e a carta, em que a presidente afastada, entre outros temas, se compromete com o apoio a novas eleições, já teria perdido o timing.

Senadores contrários ao impedimento ainda tentam virar o voto de sete colegas para alcançar os 28 necessários para impedir o impeachment, mas admitem que é uma luta praticamente perdida.

Na noite de terça-feira, Dilma jantou com seus assessores mais fiéis e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta quarta, reuniu-se com senadores que votaram contra a pronúncia para discutir mais uma vez a carta, que deveria ser divulgada esta semana, mas acabou adiada mais uma vez.

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