Convite aconteceu após o ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden revelar programas secretos de espionagem do governo norte-americano (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h33.
Brasília - O governo cobrou do Google, maior ferramenta global de buscas na Internet, que instale no país um data center após as denúncias de espionagem dos Estados Unidos contra cidadãos brasileiros.
O assunto foi tratado nesta terça-feira em encontro do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, com o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho.
"É importante ter data center no Brasil", disse Bernardo a jornalistas após o encontro. "Isso resolveria algumas situações." Há duas semanas, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou convites a ministros, ao embaixador norte-americano no país e a representantes de grandes empresas da Internet para uma audiência sobre as denúncias de espionagem a cidadãos brasileiros por parte do governo norte-americano.
O convite aconteceu após o ex-prestador de serviços da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden revelar programas secretos de espionagem do governo norte-americano.
A revelação gerou mal-estar com aliados europeus de Washington e descontentamento na América Latina, depois que o jornal O Globo revelou que países da região também eram alvos da espionagem norte-americana.
"A verdade é que a situação do jeito que ficou, com as denúncias do Snowden, ficou constrangedora", disse Bernardo. "É uma situação que vamos resolver no campo diplomático, mas isso afeta empresas do setor." Segundo o ministro, Coelho negou que o Google tenha entregue ao governo norte-americano dados em massa, como foi denunciado. O executivo teria dito também que a questão financeira não é um empecilho para a instalação de um data center no país, mas sim a arquitetura da rede.
Atualmente, quando demandado pela Justiça brasileira a ceder dados, o Google argumenta que não atende o pedido porque o data center fica no exterior, disse o ministro.