Brasil

Governo centrará força no Congresso para barrar impeachment

Após o TCU recomendar a rejeição das contas da presidente Dilma, o governo vai centrar forças no Congresso para evitar que a recomendação vire impeachmento


	Congresso Nacional
 (Pedro França/Agência Senado)

Congresso Nacional (Pedro França/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 21h49.

Brasília - Depois de o Tribubal de Contas da União (TCU) recomendar a rejeição por unanimidade das contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, o governo vai centrar forças no Congresso para evitar que a recomendação se transforme em um processo de abertura de impeachment, informou à Reuters uma fonte do governo.

Em nota, divulgada pela Presidência logo depois do encerramento da votação no TCU, o Planalto afirmou que a decisão “constitui um parecer prévio sobre as contas de 2014 do governo federal” e a “a matéria ainda deverá ser submetida a ampla discussão e a deliberação do Congresso Nacional”.

No texto, o Planalto defende novamente a estratégia usada pela equipe econômica, as chamadas "pedaladas fiscais", o atraso no repasse de recursos da União para cobrir gastos de bancos públicos com programas do governo.

“Os órgãos técnicos e jurídicos do governo federal têm a plena convicção de que não existem motivos legais para a rejeição das contas. Além disso, entendem ser indevida a pretensão de penalização de ações administrativas que visaram a manutenção de programas sociais fundamentais para o povo brasileiro”, diz a nota.

“Também entendem não ser correto considerar como ilícitas ações administrativas realizadas em consonância com o que era julgado, à época, adequado pelo Tribunal de Contas da União.”

O governo já esperava a decisão, especialmente depois de ter perdido, no início da tarde, a última tentativa de adiar a votação, ao ver rejeitada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, o pedido de liminar que requeria a destituição do relator Augusto Nardes devido a declarações anteriores ao julgamento que mostravam a intenção do ministro de rejeitar as contas.

Ainda assim, a avaliação é que não havia mais o que fazer.

Apesar de o STF ainda ter que analisar o mérito do pedido do governo, a estratégia do governo de apelar à Suprema Corte “está superada”, de acordo com a fonte, que pediu anonimato, já que o pedido era apenas para adiar o julgamento.

O governo, no entanto, ainda pode pedir que se analise o mérito sobre a suspeição de Nardes, se decidir levar adiante a estratégia de judicialização da decisão.

A decisão, no entanto, não está tomada. Durante a tarde, os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva, e um assessor da Advocacia-Geral da União (AGU) se reuniram no Planalto para analisar as perspectivas do governo.

O Planalto já trabalha, no entanto, para enfrentar a batalha no Congresso, que passa por pacificar uma base que justamente nesta quarta-feira resolveu novamente se rebelar. Pacificá-la, admitiu a fonte, será a parte mais difícil.

A decisão de parte dos partidos de deixar o bloco liderado pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani, insatisfeitos com a falta de cargos, liberação de emendas e espaço no governo, mostrou que o governo ainda não consegue ter controle da base.

O novo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, passou a maior parte do dia em reuniões com os insatifeitos – inclusive com a bancada do PT na Câmara, que também tinha reclamações a fazer, e respondeu que precisa de algum tempo para ajustar as queixas antes de uma nova sessão do Congresso para analisar os vetos presidenciais.

Acompanhe tudo sobre:CongressoDilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTCU

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP