Brasil

Governo brasileiro não combate tráfico de pessoas apropriadamente

Relatório lançado pelo governo norte-americano afirma, no entanto, que Brasil está se esforçando para atender aos requerimentos mínimos contra tráfico sexual e escravo

Tráfico de pessoas, incluindo crianças. ainda é desafio para o Brasil, na avaliação de relatório norte-americano (Peter Parks/AFP)

Tráfico de pessoas, incluindo crianças. ainda é desafio para o Brasil, na avaliação de relatório norte-americano (Peter Parks/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 13h13.

São Paulo - ”O Brasil é uma grande fonte para homens, mulheres e crianças vítimas de tráfico sexual no país e no exterior, bem como fonte para homens e crianças em situação de trabalho forçado no país”. São com essas palavras que começa a descrição do Brasil na versão 2012 do relatório Tráfico de Pessoas, realizado pelo Departamento de Estado norte-americano.

O documento traz uma crítica às autoridades nacionais ao afirmar que “o governo brasileiro não cumpre integralmente os padrões mínimos para a eliminação do tráfico”. O relatório da pasta comandada pela secretária Hillary Clinton, no entanto, afirma que as autoridades têm feito “esforços significativos para fazê-lo (atender aos padrões)“.

No levantamento, o Brasil ficou no grupo número 2 - de um total de 3 - composto basicamente por países esforçados no combate ao tráfico humano, apesar de algumas deficiências no processo. O terceiro grupo é formado pelas nações que não apresentam qualquer plano para eliminar o problema. Em toda a América do Sul, apenas a Colômbia cumpre todos os requerimentos mínimos e integra o grupo nº 1.

Os principais desafios listados para o Brasil são a condenação de pessoas envolvidas em tráfico sexual e trabalho escravo. “Na prática, poucos condenados (...) foram presos no Brasil”, diz o relatório. O governo norte-americano não contabilizou nenhum caso de processo ou condenação por causa de tráfico sexual em 2011, embora o documento aponte que o “turismo sexual de crianças permanece um problema sério, particularmente em resorts e áreas litorâneas do Nordeste”.

A falta de assistência é outra mazela apontada: apenas 14 estados têm centros especializados para as vítimas deste tipo de crime, e com recursos limitados.

No restante do mundo, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que tem havido progresso, já que 29 países mudaram para melhor em relação à edição anterior. “Significa que estes governos estão seguindo os passos corretos”, disse a chefe da diplomacia americana.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrimeDados de BrasilHillary ClintonPolíticosTrabalho escravo

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho