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Damares: Governo Bolsonaro vai rever política de isolamento de indígenas

Segundo futura ministra, não haverá evangelização, mas uma "mudança radical no tratamento com os isolados da Amazônia"

Damares: ela afirmou que não vai misturar religião com sua atuação na pasta (Valter Campanato/Agência Brasil)

Damares: ela afirmou que não vai misturar religião com sua atuação na pasta (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 10h09.

Última atualização em 8 de dezembro de 2018 às 10h10.

Brasília - A pastora evangélica Damares Alves, futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, negou ontem que tenha planos de "evangelizar" os povos indígenas.

Ela disse, no entanto, que haverá uma "mudança radical no tratamento com os isolados da Amazônia, respeitando tudo de bom que já tem sido feito por eles e com eles".

Damares terá em sua pasta a Fundação Nacional do Índio (Funai), antes subordinada ao Ministério da Justiça. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela afirmou que não vai misturar religião com sua atuação na pasta.

"Essa afirmação de evangelização dos índios é absurda. Quem está assumindo esse Ministério é uma advogada e militante dos Direitos Humanos. A pastora fica lá na igreja, no domingo", disse.

"Se eu encontrar uma missão cristã, seja ela católica ou evangélica, em uma área indígena cometendo irregularidades, serei eu a primeira a ir lá e expulsar de lá."

Sobre os povos isolados, cujas práticas de proteção estão em vigor desde os anos 1980, ela disse que "questiona" a política atual.

"Vamos trazê-los para o protagonismo. Não é porque estão isolados, que estão esquecidos e deixados a cuidados de ONGs. Quem vai assumir o cuidado desse povo isolado é o Estado."

Damares evitou detalhar opiniões sobre demarcações de terras, sob a justificativa de que ainda vai conhecer a agenda de outros ministérios sobre as questões indígenas.

"Temos áreas de muitos conflitos, mas eu acredito na força do diálogo também. Todo mundo vai ter que ceder. Mas que fique claro: em todas as disputas eu vou estar do lado do índio. Não vou estar do lado de antropólogo, nem de ONG, estarei do lado do índio", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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