Brasil

Governo apresenta ao STF plano para ressarcir aposentados que tiveram descontos indevidos

Plano prevê a devolução de descontos indevidos que ocorreram entre 2020 e 2025

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de julho de 2025 às 19h26.

Última atualização em 2 de julho de 2025 às 20h19.

Tudo sobreINSS
Saiba mais

O governo federal apresentou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) um acordo para realizar o ressarcimento para as vítimas de fraudes de descontos não autorizados em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A previsão do governo é que os primeiros pagamentos possam começar em 24 de julho, para 1,5 milhão de pessoas.

O Ministério da Previdência Social, a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) assinaram o acordo. O texto agora precisa ser homologado pelo ministro Dias Toffoli, relator no STF de uma ação sobre o tema.

Detalhes do acordo e cronograma de ressarcimento

O documento prevê um ressarcimento para os aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025. A devolução corresponderá ao valor total descontado de cada segurado, corrigido pela inflação, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Até agora, o INSS recebeu 3,6 milhões contestações, de pessoas que não reconhecem autorização para os descontos. Em 2,16 milhões de casos (quase 60%), as entidades responsáveis não responderam. Essas pessoas já poderão aderir ao acordo, caso homologado.

Outras 828 mil contestações receberam resposta das entidades, que apresentaram documentos que comprovariam a autorização dos descontos. Esses casos ainda estão sob análise do INSS e por isso não serão incluídos de imediato no cronograma de ressarcimento.

Procedimento para adesão ao ressarcimento

O ressarcimento não é automático e só ocorrerá para quem solicitar, indicando que não autorizou o desconto. Além disso, quem aderir ao acordo terá de desistir de uma eventual ação judicial já apresentada contra o INSS.

Nesta quarta-feira, o secretário executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo da Cunha, afirmou que o governo deve apresentar na próxima semana o calendário de pagamento de ressarcimento, após a homologação do acordo.

— Talvez na próxima semana já tenhamos o anúncio do calendário de pagamentos, assim que o acordo for assinado no STF sob a condução do ministro Dias Toffoli — disse Adroaldo da Cunha.

Pedido de crédito extraordinário e andamento do processo

Toffoli é relator de uma ação na qual o governo federal solicitou a suspensão de todos os processos judiciais que tratam de ressarcimento pelas fraudes. O Executivo ainda pediu autorização para abrir crédito extraordinário para realizar a devolução dos descontos.

O pedido de aval às verbas extras foi reforçado nesta quarta, com a apresentação do plano. O crédito extraordinário foi definido como "instrumento vital para a execução do pacto".

Na semana passada, Toffoli conduziu uma audiência de conciliação no STF sobre os ressarcimentos. No encontro, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que o governo federal poderia começar os pagamentos a partir de 24 de julho, com lotes quinzenais. Segundo ele, esse primeiro lote de pagamentos contemplaria 1,5 milhão de pessoas.

Acompanhe tudo sobre:Aposentadoria pelo INSSINSSGoverno LulaSupremo Tribunal Federal (STF)Advocacia-Geral da União

Mais de Brasil

Marinha testa primeiro drone kamikaze em operação militar na Amazônia

Após condenação no STF, quais os próximos passos para Bolsonaro? Defesa pode recorrer? Entenda

STF determina penas de dois a 27 anos para Bolsonaro e outros 7 condenados; veja lista

Reforma Administrativa prevê fim de novos fundos para remunerações e bônus no serviço público