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Governo Alckmin abre enquete sobre bônus de professor

Sindicatos da categoria estão orientando professores a não responderem, defendendo que nenhuma das opções é "razoável"


	Manifestação de professores em São Paulo: categoria está sem aumento salarial há 18 meses na gestão Alckmin.
 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Manifestação de professores em São Paulo: categoria está sem aumento salarial há 18 meses na gestão Alckmin. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2016 às 08h35.

São Paulo - Depois de suspender o pagamento do bônus deste ano aos professores da rede estadual, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) lançou uma enquete para que os servidores da educação possam opinar se preferem receber a bonificação ou se querem que o recurso seja convertido em reajuste salarial de 2,5%.

Os sindicatos da categoria estão orientando os professores a não responderem, por defenderem que nenhuma das alternativas é "razoável".

Pago anualmente em março, o bônus foi suspenso pela primeira vez desde que foi criado.

Culpando a crise financeira, o governo diz que usar os R$ 500 milhões da bonificação - em 2015, pagou-se R$ 1 bilhão para 232 mil servidores - é a única alternativa para que toda a categoria tenha reajuste neste ano. Os professores estão há 18 meses sem aumento.

"Nós achamos que o professor precisa ganhar bem, as reivindicações (salariais da categoria) são justas, legítimas e compreensíveis. A inflação está muito alta, mas a gente está trabalhando com essa realidade de falta de recurso financeiro", disse o secretário da Educação, José Renato Nalini.

Ele ressaltou que a proposta de substituir o bônus pelo reajuste foi uma sugestão dos sindicatos, mas para que todos os servidores possam opinar foi aberta a enquete, que segue até amanhã às 14 horas. 

Nalini disse ainda que não é possível, neste ano, dar reajuste maior do que os 2,5% realocados do bônus.

Boicote

Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, principal sindicato da categoria, disse que a enquete não dá opções reais aos servidores, apenas "migalhas". Por isso, recomendou que os professores não escolham entre as duas alternativas, mas que manifestem sua insatisfação.

"É como se perguntassem ao professor se ele quer morrer enforcado ou afogado. Nenhuma das opções é aceitável. Nós queremos a reposição salarial, pois a inflação do período é de 16,5%."

Para Rosângela Chede, do Sindicato dos Supervisores de Ensino no Estado de São Paulo (Apase), com a enquete o governo tenta criar um conflito entre os servidores que teriam direito ao bônus e os que não receberiam nada.

"O governo não tem política de valorização salarial e então cria essa consulta popular para colocar os aposentados contra os ativos", afirmou.

"Com esse reajuste proposto, o professor deve receber uns R$ 90 a mais; com o bônus, no ano passado, alguns receberam até R$ 6 mil. O que você acha que eles vão escolher?", questionou o presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), José Maria Cancelliero.

Os três sindicatos, que tradicionalmente têm atuação separada, prometem fazer manifestações unificadas contra a proposta do governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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