Cristiane Brasil: o vice-presidente do TRF-2 havia negado pedido do governo para derrubar uma liminar da Justiça (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 16h11.
Brasília - O governo do presidente Michel Temer decidiu adiar nesta quarta-feira a apresentação de um pedido ao Supremo para reverter a decisão de um juiz de primeira instância que barrou a posse da deputada Cristiane Brasil como ministra do Trabalho até o julgamento de um segundo recurso pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, disse uma fonte do Palácio do Planalto à Reuters.
A ordem no governo é aguardar a posição do TRF-2, para só depois, em caso de negativa, recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "É uma coisa de cada vez", disse a fonte.
Inicialmente, a intenção do governo era que a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentasse recurso ao Supremo o quanto antes, mas o caminho agora é não queimar etapas processuais.
Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), também confirmou à Reuters a estratégia do governo. "O caso da Cristiane tomou um viés político ao chegar ao ponto de o Judiciário se envolver em questões de nomeação", disse. "Vamosesperar uma decisão do tribunal e depois, se for o caso, ir ao STF".
Na terça-feira, o vice-presidente do TRF-2, Guilherme Couto de Castro, havia negado pedido do governo para derrubar uma liminar da Justiça de primeira instância que suspendera a posse de Cristiane no ministério.
O juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), concedeu a liminar na segunda-feira suspendendo a posse de Cristiane como ministra por conta de condenações sofridas pela parlamentar justamente na Justiça do Trabalho.