Brasil

Governistas excluem testemunhas para agilizar impeachment

Aliados do presidente provisório conseguiram aprovar a exclusão de 4 testemunhas para acelerar a tramitação do processo de impeachment


	Michel Temer: objetivo dos governistas é acelerar a tramitação do processo
 (Reuters/Adriano Machado)

Michel Temer: objetivo dos governistas é acelerar a tramitação do processo (Reuters/Adriano Machado)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 19h14.

Brasília - Aliados do presidente em exercício Michel Temer conseguiram aprovar, nesta segunda-feira, 13, o cancelamento de quatro oitivas que seriam realizadas na Comissão Especial do Impeachment.

O objetivo dos governistas é acelerar a tramitação do processo. Com a mudança, dos nove convidados pela acusação que seriam ouvidos entre esta segunda e terça, somente cinco prestarão esclarecimentos ao colegiado.

As testemunhas haviam sido convocadas pela própria acusação, que voltou atrás com a justificativa de que já há evidências suficientes de que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade. Eles também alegam que alguns depoentes acabam repetindo informações. Apesar dos protestos da defesa, a decisão da maioria foi mantida pelo presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB).

Foram dispensados da reunião de hoje Marcus Pereira Aucélio, ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional, e Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento e Finanças. A comissão também dispensou duas testemunhas que haviam sido indicadas por senadores: Marcelo Saintive, ex-secretário do Tesouro Nacional, e Marcelo Amorim, ex-coordenador-geral de Programação Financeira do Tesouro Nacional.

No momento em que a decisão foi tomada, Marcus e Esther aguardavam, em uma sala especial da comissão, sua vez de falar. O resultado provocou um bate-boca entre os senadores e a sessão teve que ser suspensa por alguns minutos. "É um escândalo o que está fazendo. Eles estão fazendo isso porque a estratégia deu errado. Os técnicos do governo na semana passada destruíram a tese da acusação", afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que é "absolutamente normal e corriqueiro" a dispensa de uma testemunha na antessala de um julgamento e acusou a defesa de tentar procrastinar os trabalhos. "Vemos que os aliados de Dilma tentam de forma deliberada extrapolar o prazo de 6 meses para que eventualmente Dilma possa reassumir o seu mandato, o que irá aprofundar a crise", afirmou o senador.

Neste momento, os senadores ouvem a primeira das outras duas testemunhas que restaram na pauta do dia. O primeiro a falar é o secretário de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Tiago Alves de Gouveia Lins Dutra. Segundo ele, Dilma é responsável pelas manobras fiscais, as pedaladas fiscais e a emissão de decretos sem a autorização do Legislativo.

Acompanhe tudo sobre:GovernoImpeachmentMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho