Tarifas: Medida entra em vigor nesta sexta-feira (Andrew Reynolds/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 28 de julho de 2025 às 15h21.
Última atualização em 28 de julho de 2025 às 16h22.
O Fórum dos Governadores solicitou reunião com o governo federal para discutir quais devem ser as reações ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que entra em vigor em 1º de agosto. A data do encontro ainda será marcada.
O anúncio foi feito pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin na manhã desta segunda-feira.
— A reunião foi bastante produtiva, Alckmin nos colocou a par do que estão fazendo dessa questão das tarifas e trouxe para ele o convite do nosso fórum dos governadores, todos os governadores estão muito preocupados, alguns vão perder mais, alguns vão perder menos, mas acho que temos condição de fazer um diálogo com todos, unindo toda a classe política brasileira em torno desse problema, que é nacional — disse Ibaneis na saída da reunião.
Segundo o governador, o vice-presidente recebeu bem o convite, e que o encontro deve ser marcado “o quanto antes”. Ibaneis afirmou que os governadores não tratarão sobre o tema da anistia aos presos envolvidos no 8 de janeiro, como ponto de negociação para a retirada das tarifas de 50% sobre importação de produtos brasileiros.
— Não estamos tratando de anistia, sabemos que nessa questão da anistia você nunca vai conseguir juntar o pensamento de esquerda do que de direita. A nossa postura agora no fórum é tratar de tarifas, porque eu quero um tema que una [...] essa matéria nunca foi tratada no fórum de governadores e espero que não venha a ser tratada.
Esta semana é decisiva para o governo brasileiro, já que as tarifas devem entrar em vigor nesta sexta-feira, e ainda não houve sinalização do governo americano de que a medida seja retirada. Em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, acena ao governo dos EUA que está disponível para falar sobre tarifas.
O chanceler de Lula viajou aos EUA para participar de reunião da ONU e espera um contato de Washington. Diante do impasse, a saída imediata tem sido a preparação de um plano de contingência para mitigar os impactos econômicos.
De acordo com auxiliares do presidente, esta semana deve ser dedicada a fechar este plano, embora não haja reuniões previstas para esta segunda-feira. Da mesma forma, não há planos do Palácio do Planalto em uma ligação direta entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Apesar dos esforços diplomáticos e de uma conversa recente entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o governo brasileiro ainda não possui um diálogo aberto com a gestão Trump.