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Governador vê motivação eleitoral na greve da PM na BA

Jaques Wagner disse que o governo segue aberto à negociação, mas que vai mostrar autoridade na condução da paralisação


	Jaques Wagner: esta é a segunda greve da PM que o governador enfrenta
 (Denis Ribeiro)

Jaques Wagner: esta é a segunda greve da PM que o governador enfrenta (Denis Ribeiro)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 17h45.

Salvador - Em seu primeiro pronunciamento após a decretação da greve da Polícia Militar da Bahia, na noite desta terça-feira, 15, o governador do Estado, Jaques Wagner (PT), disse ver motivação "político-eleitoral" na paralisação.

"É um ano eleitoral, óbvio que há contaminação", argumentou. "É mais uma demanda político-eleitoral do que uma demanda da categoria."

O governador também disse ter estranhado a forma como foi decretada a greve.

De acordo com Wagner, entre os dias 10 e 11 ele apresentou, pessoalmente, a proposta inicial para os representantes da categoria e teria ficado acertado que eles fariam uma contraproposta - em vez disso, segundo o governador, levaram a proposta diretamente para a assembleia que definiu a greve.

"Não há negociação assim, fazendo assembleia e decretando greve de imediato", reclamou. "A greve é ilegal, inconstitucional. Nos últimos sete anos e meio, a PM teve ganho real de 60% (nos vencimentos)."

Além disso, de acordo com ele, era esperada a apresentação, por parte dos policiais, de uma nova lista de reivindicações da categoria, na manhã desta quarta-feira, 16, o que não ocorreu até a tarde.

Wagner também disse que o governo segue aberto à negociação, mas que vai mostrar autoridade na condução da paralisação. "Estão confundindo diálogo com falta de autoridade, mas vamos mostrar que essa autoridade existe no Estado", prometeu.

Ele lembrou a chegada das tropas do Exército e da Força Nacional para fazer a segurança nas maiores cidades da Bahia e afirmou que, mesmo que a greve seja mantida, o "clima de normalidade" vai voltar até sexta-feira.

Segundo o governador, 6 mil integrantes das corporações já estão no Estado, outros 2 mil devem chegar até sexta-feira e, se for necessário, contingentes maiores serão convocados.

Esta é a segunda greve da PM que o governador enfrenta. A anterior, entre janeiro e fevereiro de 2012, durou 12 dias, foi marcada pela ocupação da Assembleia Legislativa pelos policiais, pelo registro de mais de 100 homicídios no período e por arrastões e ondas de saques a estabelecimentos por todo o Estado.

Naquele ano, a paralisação causou grande desgaste político ao governo - ainda hoje, integrantes do PT na Bahia apontam que a greve foi determinante para a eleição do hoje prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), líder da oposição.

Para Wagner, ainda é cedo para avaliar se a paralisação pode causar impacto na disputa por sua sucessão, mas ele acredita que os efeitos desta paralisação devem ser menores que os da anterior.

"Em 2012, os próprios policiais causaram pânico (na população), agora isso ainda não está acontecendo", ponderou.

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