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Governador nega prontidão da Tropa de Choque na prisão de Lula

Em posse, Márcio França disse que não tinha informação de que secretaria de segurança tenha colocado a equipe policial à disposição para atuar no caso

Márcio França: "Ninguém quer transformar o Brasil em um caldeirão de violência desnecessária" (Divulgação/Assessoria de Imprensa/Divulgação)

Márcio França: "Ninguém quer transformar o Brasil em um caldeirão de violência desnecessária" (Divulgação/Assessoria de Imprensa/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de abril de 2018 às 21h55.

Após assumir o governo de São Paulo, Márcio França (PSB) negou que a Tropa de Choque da Polícia Militar esteja preparada para atuar na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP).

"Não tive essa informação [de que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, tenha colocado a Tropa de Choque à disposição para atuar em São Bernardo]. A polícia de São Paulo está sempre à disposição do Poder Judiciário para o cumprimento da lei, mas até agora ele não me falou nada sobre isso", disse o governador, recém-empossado.

França ressaltou que a orientação é "aguardar as determinações judiciais e exigir de todo mundo bom senso". "Ninguém quer transformar o Brasil em um caldeirão de violência desnecessária", disse.

Mais cedo, na cerimônia de posse do cargo de governador, realizada na Assembleia Legislativa, França comentou sobre a prisão de Lula. "É triste porque a gente não pode achar bonito nem gostoso ver um ex-presidente da República com uma dificuldade desse tamanho. Mas ordens judiciais não são para serem discutidas", disse França.

Já o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o cargo para concorrer à eleição presidencial deste ano, disse que "as determinações judiciais se respeitam, ainda mais uma decisão da Suprema Corte, que é uma decisão soberana". "A instituição garante o direito de defesa. Todos têm o direito de defesa, certamente vão apresentar as medidas judiciais cabíveis, mas há que se respeitar a decisão judicial. Ninguém está acima da lei. A lei é para todos, por mais importante que sejam as pessoas".

Dersa

Sobre a prisão de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da empresa estatal paulista Desenvolvimento Rodoviário (Dersa) no governo do PSDB, Alckmin disse que "a lei é para todos. A investigação é para todos. A prestação de contas é para todos".

Paulo Preto é acusado de desviar em espécie e em imóveis, entre os anos de 2009 e 2011, o total de R$ 7,7 milhões (valores da época).

Transmissão do cargo

Márcio França (PSB) assumiu hoje (6) o cargo de governador de São Paulo, pois Alckmin deixa o posto para concorrer a presidente pelo PSDB nas eleições de outubro. A solenidade de posse ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Mais tarde, no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin transmitiu o cargo para França.

Participaram da cerimônia de transmissão o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes; o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e o senador e ex-governador de São Paulo, José Serra.

No discurso de posse na assembleia, França disse ter ciência de que não é uma tarefa fácil assumir um governo "em um momento tão difícil para o Brasil". "Mas São Paulo é forte e tem uma longa trajetória para proporcionar ao Brasil saídas importantes", disse o novo governador.

Já Alckmin fez um discurso afirmando que tratou com austeridade as contas públicas. "O Brasil não pode errar novamente. Não podemos incorrer no equívoco da eleição passada que jogou a gente em uma recessão", disse Alckmin. "Despeço-me hoje do cargo para o qual tive o orgulho de ser eleito e reeleito pelo povo paulista. Esta solenidade é marco de um início. O nosso governo não terminou, pois temos muito a servir".

O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) também entregou o cargo nesta sexta-feira (6) para o vice-prefeito Bruno Covas. Doria vai disputar candidatura pelo governo do estado de São Paulo nas eleições de outubro.

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