Queimadas: inquérito policial tenta descobrir quem são os responsáveis por fogo no Estado do Pará (Bruno Kelly/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de novembro de 2019 às 18h55.
Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 19h10.
Brasília — Depois da crise desencadeada pela ação da Polícia Civil do Pará que acusa brigadistas de ONGs de serem responsáveis por queimadas, o governador do Estado, Helder Barbalho (MDB), determinou a troca do delegado que preside o inquérito.
Em vídeo distribuído em suas redes sociais, Helder afirmou que o diretor da polícia especializada em meio ambiente, Waldir Freite, assumirá o caso.
"O caso requer atenção, requer toda transparência necessária. Ninguém está acima da lei, mas ao mesmo tempo também ninguém pode ser vítima de prejulgamento ou ter seu direito à defesa cerceado", disse o governador.
O inquérito até agora estava sendo conduzido pelo delegado José Humberto Melo Júnior, da Polícia Civil de Santarém. Quatro brigadistas de uma organização não governamental estão presos, acusados de iniciar incêndios para conseguir doações. Segundo Melo Júnior, a participação dos brigadistas nas queimadas estaria "muito bem configurada".
No entanto, ambientalistas e até mesmo o Ministério Público Federal questionam a apuração da Polícia Civil.
O MP pediu nesta quinta-feira acesso integral à investigação. Em nota, os procuradores afirmam que nenhum elemento da investigação federal em andamento apontava para participação de brigadistas e ONGs.
"Ao contrário, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária como causas da degradação ambiental em Alter do Chão", diz a nota.