O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal segue atuando contra o crime organizado no país.
Em entrevista a jornalistas na manhã desta quarta-feira, 29, Haddad disse esperar uma atuação mais eficaz do estado do Rio em conjunto com as forças federais.
"Governo do Estado do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como você irriga o crime organizado", disse o ministro.
O governo realizou a apreensão de quatro navios ligados ao crime e, de acordo com o Haddad, está acontecendo uma "guerra jurídica" para a liberação ou não dessas mercadorias.
"Eu penso que o governador deveria nos ajudar em relação a isso", afirmou Haddad.
O ministro da Fazenda disse esperar uma ajuda do governo do Rio para combater o "andar de cima" do crime organizado.
"Tem que controlar pelo alto, asfixiar o crime", afirmou Haddad.
Operação policial mais letal da história do Rio
A operação deixou 132 mortos, segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, sendo quatro policias.
Ainda não há confirmação se os corpos levados pelos moradores estão incluídos no balanço. Relatos apontam que ainda haveria mortos no alto do morro, na região da Serra da Misericórdia.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou ao g1 que a corporação vai investigar o caso.
A megaoperação, batizada de Contenção, foi deflagrada na terça-feira, 28, e mobilizou 2,5 mil agentes civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha, em uma tentativa de conter o avanço do Comando Vermelho (CV) sobre 26 comunidades da capital, segundo o governo do estado.
Uso de drones com granadas, como na Ucrânia, escala poder do crime, dizem delegados
A investigação
A Operação Contenção foi deflagrada a partir de investigações conduzidas pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, que monitoravam há meses a atuação do Comando Vermelho. Segundo o governo estadual, a facção criminosa planejava expandir sua área de influência em comunidades consideradas estratégicas para o tráfico de drogas e armas na capital.
As apurações identificaram líderes e rotas utilizadas pelo grupo, além de movimentações logísticas em regiões como os complexos do Alemão e da Penha — áreas que concentram 26 comunidades com histórico de domínio por facções. Diante da escalada da violência e da ameaça ao controle territorial, os dois complexos foram definidos como alvos prioritários da ofensiva.
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Um homem está ao lado de carros queimados durante uma barricada dentro da Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Barricada no Complexo da Penha, Rio de Janeiro)
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Policiais transportam pessoas para um hospital após a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Transporte de pessoas ao hospital)
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Policiais escoltam um suspeito preso durante a Operação Contenção para fora da favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Policiais prendem suspeitos de integrar o Comando Vermelho)
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Um policial verifica seu celular ao lado de suspeitos presos durante a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Policial com suspeitos presos na Operação Contenção)
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Policiais escoltam suspeitos presos durante a Operação Contenção para fora da favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Suspeitos são escoltados para fora do complexo da Penha)
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Policiais vigiam supostos criminosos presos durante a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Suspeitos são mantidos sob supervisão policial)
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Policiais militares fazem patrulha durante a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Polícia Militar patrulhando o complexo da Penha)
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Um morador passa por um carro queimado durante uma barricada dentro da Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Morador passa por carro queimado)
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Policial militar faz patrulha durante a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Policial militar faz patrulha no complexo da Penha)
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Homem é levado para hospital após Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Homem a caminho do hospital após operação no complexo da Penha)
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Policiais do Rio de Janeiro transferem duas pessoas capturadas durante a operação realizada nesta terça-feira, 28, no Rio de Janeiro
(Dois suspeitos presos pela polícia fluminense)
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Governador Cláudio Castro durante entrevista coletiva sobre a Operação Contenção, realizada no complexo Alemão e Penha, no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 28
(Cláudio Castro durante coletiva de imprensa)
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Pessoas aguardam notícias de seus familiares em frente ao Hospital Getúlio Vargas. Há 64 mortos confirmados na Operação Contenção nesta terça-feira, 28, no Rio de Janeiro
(Reconhecimento dos mortos está em curso desde a manhã no hospital Getúlio Vargas)
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Mototáxis passar por carro-forte da Polícia Militar do Rio de Janeiro nesta terça-feira, 28, durante Operação Contenção
(Mototáxis passam por carro-forte da PM)
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Policiais militares apontam suas armas durante Operação Contenção, no complexo da Penha no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 28
(Policiais adentram complexo da Penha)
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Durante operação policia contra o Comando Vermelho, criminosos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi
(Criminosos bloqueiam vias no Rio de Janeiro)
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Um homem toma banho durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28
(Morador toma banho durante Operação Contenção)
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Homens inspecionam um carro incendiado que fazia parte de uma barricada montada durante a Operação Contenção na favela da Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 28
(Carros queimados foram usados de barricada no complexo da Penha)
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Durante operação policia contra o Comando Vermelho, filas nos pontos de ônibus e vans de transporte complementar na região da Central do Brasil, com trabalhadores sendo liberados mais cedo pela situação de violência
(Filas nos pontos de ônibus e vans de transporte complementar na região da Central do Brasil, com trabalhadores sendo liberados mais cedo)
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Forças de segurança se posicionam durante a Operação Contenção na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 28
(BRAZIL-CRIME-DRUG-FAVELA-POLICE-OPERATION)
"É uma investigação de mais de um ano. Foram mais de 60 dias de planejamento das polícias Civil e Militar, da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público. É uma operação do Estado contra narcoterroristas", disse Cláudio Castro, governador do Rio, durante uma coletiva de imprensa sobre a ação.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Edgar Alves de Andrade — conhecido como Doca — é apontado como o líder do CV na Penha e em outras comunidades da Zona Oeste da cidade. A denúncia do MP relata que outros suspeitos também exerciam cargos de liderança no grupo, como Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão.
De acordo com a pasta, eles eram responsáveis pela emissão de ordens para a comercialização de drogas, determinavam as escalas no pontos de venda dos entorpecentes e ordenavam execuções de participantes que pudessem ir contra seus comandos.
Outros 15 homens também foram denunciados pelo MP-RJ.
*Com informações do O Globo
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