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Google gastou R$ 2 milhões em anúncios sobre o PL das fake news, dizem executivos à PF

Depoimento à Polícia Federal revela que empresa gastou R$ 2 milhões em anúncios veiculados em diversos meios, mas nega manipulação de buscas e direcionamento de opinião dos usuários

Executivos do Google negam pressão e afirmam que anúncios sobre PL das Fake News buscavam debater melhorias no texto (Beata Zawrzel/Getty Images)

Executivos do Google negam pressão e afirmam que anúncios sobre PL das Fake News buscavam debater melhorias no texto (Beata Zawrzel/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 21 de junho de 2023 às 19h10.

Executivos do Google disseram em depoimento à Polícia Federal que a empresa gastou cerca de R$ 2 milhões em anúncios sobre o PL das Fake News.

A informação foi confirmada pelo presidente do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, e o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa Marcelo Lacerda.

Eles foram ouvidos na semana passada no inquérito que investiga se a empresa manipulou buscas e fez campanha contra o texto. A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a partir de um ofício do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL).

Anúncios e veiculações

Os anúncios, segundo os depoimentos, foram veiculados em rádios, jornais, redes sociais e no próprio Google. Os executivos negaram, no entanto, que o objetivo fosse pressionar parlamentares a votar contra o projeto de lei.

"Os anúncios não tinham como objetivo manifestar oposição ao projeto de lei em questão, mas sim abrir espaço para o debate quanto as possíveis melhorias em seu texto", afirmou Coelho. "O Google é aberto ao diálogo e não é contra a regulamentação."

Autor de um artigo que acusou o PL de ‘aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil’, Marcelo Lacerda justificou que o objetivo do Google é tornar o debate mais ‘plural’.

Ambos negaram que a empresa tenha interferido no resultado das buscas sobre o projeto de lei ou tentado ‘direcionar a percepção’ dos usuários.

Os executivos disseram ainda que os textos publicados pelo Google sobre o projeto de lei refletem a posição institucional da empresa e tiveram como objetivo ‘demonstrar a possibilidade de aprimoramento do texto’.

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