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Gleisi diz que vice da diplomacia dos EUA fez ‘gravíssima ofensa’ ao Brasil ao atacar Moraes

Questionado sobre as declarações de Christopher Landau, Itamaraty diz que Brasil não se curvará a 'pressões'

Gleisi: ministra saiu em defesa de Moraes (Gil Ferreira/SRI-PR/Flickr)

Gleisi: ministra saiu em defesa de Moraes (Gil Ferreira/SRI-PR/Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 10 de agosto de 2025 às 09h22.

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmou que o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, foi "arrogante" ao atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e cometeu uma "ofensa gravíssima" ao Brasil. Landau é o número dois do secretário de Estado, Marco Rubio.

Gleisi também disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro estimula o presidente dos EUA, Donald Trump, a fazer uma "chantagem" contra o Judiciário brasileiro e que plataformas atuam no Brasil "descumprindo ordens judiciais". A ministra defendeu a "soberania" brasileira e cobrou autoridades americanas a pararem de "apoiar o golpista que tentou destruir a democracia", em referência a Bolsonaro, réu por tentativa de golpe.

Questionado, o Itamaraty disse que o posicionamento de Landau traz "falsidades" e configura um "ataque frontal à soberania brasileira". O texto diz ainda que o Brasil não se "curvará a pressões, venham de onde vierem".

Landau afirmou mais cedo que "uma separação formal de poderes não significa nada se um ramo tiver meios de intimidar os outros a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais". "O que está acontecendo agora no Brasil ressalta este ponto: um único ministro do STF usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros ramos, ou suas famílias, com prisão, encarceramento ou outras penalidades., completou o número dois de Rubio.

Mais sobre tarifaço, EUA e Moraes

Já o X publicou um texto mais longo, em formato de artigo, que a empresa usou para elogiar as ações do governo dos EUA contra o que considera que são ataques à liberdade de expressão em diversos países.

"O Ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes liderou uma campanha de censura e violação do devido processo legal, incluindo o banimento do X, em 2024, por se recusar a cumprir ordens secretas para desplataformizar políticos e jornalistas, incluindo americanos, que criticaram Moraes e seus aliados", afirma a empresa. "Mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Marco Civil da Internet), que previa proteções limitadas à responsabilidade dos intermediários, é inconstitucional. Essa decisão remove uma salvaguarda fundamental para a liberdade de expressão online e reforça um padrão mais amplo de preocupação."

A empresa também celebrou as medidas de restrição adotadas pelo governo americano.

"O X elogia a resposta decisiva do governo Trump ao excesso da Suprema Corte brasileira, sancionando Moraes com base na Lei Magnitsky Global e revogando seu visto."

As duas críticas foram publicadas no mesmo dia, em um momento em que o governo do Brasil tenta negociar a reversão de algumas das sanções comerciais adotadas pelo presidente dos EUA contra o país.

O Brasil ainda tenta, sem sucesso, reverter as medidas. O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, foi chamado pelo Itamaraty, nesta sexta-feira. O objetivo do governo brasileiro foi demonstrar seu descontentamento em relação aos novos ataques da representação a Morais.

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