Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) relata trabalhos que desenvolveu enquanto ministra da Casa Civil e destaca avanços do governo Dilma Rousseff (Pedro França/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 19h24.
Brasília - No primeiro discurso da tribuna do Senado desde que deixou a Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou nesta terça-feira, 11, que o governo Dilma Rousseff buscou "ouvir a voz das ruas". Segundo ela, os manifestantes não pediram a volta ao passado, mas sim "futuro com mais participação e conquistas sociais".
"Este é o novo Brasil que estamos construindo: com a inflação sob controle e com o equilíbrio das contas públicas - requisitos essenciais para assegurar a estabilidade e o desenvolvimento com o progresso social", afirmou a ex-ministra e provável candidata petista ao governo do Paraná.
No pronunciamento, Gleisi Hoffmann fez um balanço de sua passagem pelo Executivo e defendeu ações da gestão Dilma, a quem chamou de "revolucionário", depois dos governos do ex-presidente Lula.
Sem citar o nome do pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), a ex-ministra disse que "outro dia" um dos líderes da oposição manifestou a vontade de adotar o Bolsa Família, "um dos principais programas do nosso projeto, como plataforma de campanha".
O tucano apresentou uma proposta para incorporar o Bolsa Família à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), o que, na prática, diminui o risco de o programa ser extinto. "Isso nada mais é o reconhecimento do nosso acerto", disse.
Na sua fala, entremeada de apartes elogiosos dos colegas, a senadora citou uma série de ações que tomou na Casa Civil, como os programas de concessões de portos, aeroportos e ferrovias. "Temos hoje um novo país, um país construído por um governo que é comprometido com o seu povo", disse.
Gleisi disse que o governo não é "imune" às críticas, que, segundo a senadora, fazem "parte da democracia" e é preciso conviver com elas. "O que não se pode é fazer críticas baseadas no vazio. O que não se pode é fazer críticas oportunistas. O que não se pode é criticar o passado que beneficiou quem faz a crítica", ressalvou.
Na semana passada, a ex-ministra chamou o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, de "oportunista" e "ingrato". Campos havia dito que o Brasil "saiu dos trilhos".
Em mais uma estocada aos adversários políticos, a ex-ministra disse que antigamente falava-se que era "impossível" gerar empregos, construir unidades básicas de saúde, entre outras realizações. "Talvez porque não achássemos que era impossível, fomos lá e fizemos, sem saber que era difícil", disse.
No final de discurso, a ex-ministra usou um tom de quem vai ser candidata ao governo do Paraná e disse ter aprendido com o "povo do meu estado" e com o "povo brasileiro" que "os grandes desafios e até as possíveis inexperiências a gente supre com trabalho, trabalho e trabalho". Segundo ela, aqueles que decidem caminhar ao lado dela sabem que a "honestidade, a seriedade e o respeito pela palavra dada" são os compromissos de que nunca vai se afastar.
"Os paranaenses sabem bem distinguir aqueles que falam a verdade e aqueles que semeiam ilusões, utopias. E sabem, sobretudo, identificar aqueles que faltam com o dever e que tentam empurrar para os outros as responsabilidades pelos seus erros e falhas", finalizou.