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Gleisi apresenta sua defesa final em ação penal no Supremo

Senadora é ré pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processo junto do ex-ministro Paulo Bernardo (PT), seu marido, também réu na ação

Gleisi Hoffmann: senadora nega que tenha cometido os delitos e pede absolvição alegando inexistência de elementos ou provas conclusivas contra ela (Adriano Machado/Reuters)

Gleisi Hoffmann: senadora nega que tenha cometido os delitos e pede absolvição alegando inexistência de elementos ou provas conclusivas contra ela (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 15h59.

Brasília - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, apresentou as alegações finais de sua defesa em ação penal que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Gleisi é ré pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processo junto do ex-ministro Paulo Bernardo (PT), seu marido, também réu na ação.

A senadora nega que tenha cometido os delitos e pede absolvição alegando inexistência de elementos ou provas conclusivas contra ela.

A acusação contra Gleisi é baseada nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, feitas no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo eles, em 2010, R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobras foi destinado à campanha eleitoral da petista ao Senado.

O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) também corrobora, em delação, com os depoimentos do doleiro e do ex-diretor.

Segundo a defesa da senadora, os relatos dos delatores são contraditórios e a própria documentação entregue por eles inviabiliza as teses levantadas.

No documento, os advogados afirmam que, já no recebimento da denúncia, feita pelo Ministério Público Federal (MPF), a Segunda Turma do STF tinha identificado falhas nas delações premiadas que embasaram a acusação.

A defesa também alega que o suposto pagamento feito por Paulo Roberto Costa e Youssef não tinham motivação para ocorrer, uma vez que, em 2010, "a senadora Gleisi Hoffmann não ocupava nenhum cargo público e tampouco gozava da 'proeminência' que lhe é atribuída, pois vinha de um hiato de anos na política".

A "arrecadação superavitária" da campanha de Gleisi para o pleito também é citada pela defesa como sinalização de que a senadora não tinha necessidade de adotar "métodos escusos de angariação de contribuições". Os advogados completam dizendo que as contas da campanha foram aprovadas pela corte eleitoral.

A defesa de Paulo Bernardo também protocolou nesta terça-feira, 19, as alegações finais, negando os crimes e pedindo pela absolvição.

Procuradoria

Em novembro, a PGR apresentou as alegações finais de acusação contra Gleisi. Na manifestação, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedia a condenação da senadora e do ex-ministro Paulo Bernardo.

"Alberto Youssef, de posse dos valores originados de contratos dissimulados firmados entre suas empresas e as construtoras participantes do esquema, efetivou pagamentos ilícitos, no caso em espécie, aos destinatários finais, inclusive a Gleisi Hoffmann", afirma Raquel.

A PGR defendeu ainda que as penas para Gleisi e Paulo Bernardo sejam agravadas devido a longa experiência de ambos como políticos.

"Mais que corrupção de um mero agente público, houve corrupção em série, de titulares de cargos dos mais relevantes da República, cuja responsabilidade faz agravar sua culpa na mesma proporção", diz trecho da manifestação.

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